quinta-feira, 18 abril 2024

Tite aprende com erros na Rússia e faz seleção engrenar na Copa América

A eliminação para a Bélgica nas quartas de final da Copa do Mundo de 2018 não trouxe só pressão para Tite. O revés fez com que o técnico refletisse sobre os próprios métodos. Nos últimos meses, ele e seus pares na comissão técnica da seleção brasileira concluíram que seria preciso reagir mais rápido às dificuldades encontradas pelo time. Resumindo: fazer mudanças na equipe antes de ser tarde demais. 

No Mundial disputado na Rússia, alguns jogadores tiveram rendimento abaixo do esperado, mas não perderam posição. O volante Paulinho e o atacante Gabriel Jesus eram exemplos disso. A única troca feita foi a entrada de Filipe Luís no lugar de Marcelo, lesionado. E, contra a Bélgica, Marcelo voltou a ser titular, mas novamente não jogou bem. 

Em entrevistas, Tite e o auxiliar Cleber Xavier concordaram que esse foi um dos principais erros da comissão na Copa e prometeram que estavam tentando mudar. Os amistosos mostravam uma evolução ainda lenta nesse quesito. Mesmo com substituições liberadas e o desempenho longe do ideal, a seleção chegou a terminar jogos sem gastar todas as trocas. 

Tudo mudou de vez na preparação para a Copa América. Tite fez questão de usar todos os jogadores de linha nos amistosos contra Qatar e Honduras. Precisava encontrar um time, sobretudo após o corte de Neymar. Pensou ter achado, com Richarlison e David Neres nas pontas, mas a equipe não engrenou nas duas primeiras rodadas do torneio continental. 

Em vez de se apegar aos votos de confiança que costuma dar aos atletas, entendeu que era hora de mexer. Lançou Everton e Gabriel Jesus, ambos em ascensão, e viu a seleção ficar mais incisiva e rápida. A maior fluidez foi essencial para que a goleada por 5 a 0 sobre o Peru fosse construída no último sábado. 

As mudanças acalmaram críticos e torcedores e foram bem vistas também pelo elenco. Quem perdeu a vaga entende as razões e sabe que vai precisar render mais para recuperar espaço. E sem cara feia. Richarlison e Neres, inclusive, pararam na zona mista da Arena Corinthians para falar sobre a saída do time titular. Concordaram com Tite e traçaram planos para voltar a jogar mais. 

Outra mudança prometida pela comissão técnica é uma abertura maior a arriscar jogadores em posições ou funções diferentes de seus clubes. Algo que, no início da passagem de Tite, era rejeitado prontamente. Isso acontecia porque havia a necessidade de montar um time rapidamente para que o Brasil se recuperasse nas Eliminatórias, em 2016. Então, pensar nos atletas em seus papéis originais era uma forma de tornar o encaixe mais fácil. 

Agora, por mais que a Copa América também exija resultados imediatos, a seleção acredita que há tempo para arriscar mais. Por isso Gabriel Jesus tem sido usado nas pontas, Allan pode ser primeiro volante se Fernandinho não se recuperar para substituir Casemiro e Roberto Firmino faz às vezes de armador. 

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