Neste sábado, Israel foi palco de uma série de eventos violentos, incluindo o disparo de mísseis e a entrada de homens armados em algumas cidades do sul. Militantes palestinos fizeram reféns enquanto o exército israelense declarava estado de guerra.
De acordo com informações divulgadas pelo portal Vatican News, o som das sirenes de alerta ecoou por todo o território israelense, incluindo as cidades de Tel Aviv e Jerusalém, acompanhado do estrondo de explosões no céu, provavelmente causadas pelas interceptações do sistema de defesa. Os ataques começaram nas primeiras horas da manhã, enquanto as crianças se dirigiam para a escola. As ruas foram imediatamente evacuadas e o comando militar israelense instruiu os cidadãos das regiões sul e central do país a se abrigarem em áreas protegidas.
Até o momento, estima-se que cerca de 230 pessoas tenham perdido a vida em Israel e na Faixa de Gaza. Muitos dos mísseis lançados a partir de Gaza foram interceptados, mas um deles atingiu um prédio no conselho regional de Gederot, resultando na morte de uma mulher de 70 anos. No sul do país, três pessoas morreram em ataques com foguetes e outras 15 ficaram feridas, segundo um balanço preliminar.
O Hamas anunciou a operação “Tempestade-Al Asqa” por meio de um vídeo divulgado pelo seu chefe militar. Ele afirmou que cerca de 5.000 foguetes foram lançados como parte dessa nova ofensiva.
Além disso, o exército israelense reportou que um número não especificado de militantes palestinos conseguiu se infiltrar em Israel a partir da Faixa de Gaza. No sul do país, várias pessoas foram feitas reféns. Imagens de Sderot mostraram homens saindo de uma van e atirando em um veículo de patrulha israelense no meio da estrada, esses vídeos acabaram sendo compartilhados nas redes sociais.
Como resposta ao ataque combinado de mísseis e ações de militantes, o exército israelense declarou estado de guerra. Reservistas foram convocados e um estado de emergência foi estabelecido em uma área de 80 quilômetros ao redor da Faixa de Gaza. Reuniões foram proibidas e uma manifestação contra o governo, marcada para hoje, foi cancelada.
ONU
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou “nos termos mais fortes” o ataque do Hamas contra cidades israelenses.
Em mensagem enviada pelo porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, neste sábado, o chefe das Nações Unidas destaca que os ataques já interromperam inúmeras vidas de civis israelenses e feriram outras centenas de pessoas.
Esforços diplomáticos
António Guterres está chocado com os relatos de que civis foram atacados e raptados das suas próprias casas.
Ele está profundamente preocupado com a população civil e apela à máxima contenção e que “todos os esforços diplomáticos” sejam feitos para evitar a escalada da violência.
O secretário-geral adiciona que os civis devem ser sempre respeitados e protegidos de acordo com o direito humanitário internacional.
O chefe da ONU expressou suas condolências às famílias das vítimas e pediu a libertação imediata de todas as pessoas raptadas.
António Guterres destaca que a violência não pode ser a solução para o conflito e que só por meio de negociações a paz poderá ser alcançada.
Ataques devem parar imediatamente
Na manhã deste sábado, o coordenador da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, Tor Wennesland, condenou o ataque do Hamas contra cidades israelenses perto da Faixa de Gaza.
Ele destaca que a violência deixou diversas vítimas e adicionou que há relatos que muitos israelenses tenham sido raptados. O representante das Nações Unidas afirma que os ataques contra civis devem parar imediatamente.
Proteção a civis
Tor Wennesland afirmou que está em contato com todas as partes para pedir máxima contenção e cuidado com a população.
Em sua mensagem, ele afirma que os acontecimentos levam a “um precipício perigoso” e apela a todos para que “se afastem do abismo”.
Direitos humanos
O chefe da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, também expressou sua preocupação com os “centenas, possivelmente milhares, de foguetes que foram disparados por grupos armados palestinos contra Israel”
Segundo Turk, os ataques deixaram pelo menos 22 mortos e centenas de feridos. Ele ainda citou sua apreensão pelos civis que foram feitos reféns.
Para o representante das Nações Unidas, o ataque tem um impacto terrível sobre os civis israelenses.
Ele também lembra que a população nunca devem ser alvo de ataques.
Volker Turk adiciona que a resposta das forças de Israel, com ataques aéreos à densamente povoada Faixa de Gaza, matou pelo menos cinco pessoas.
Ele fez um apelo para que as precauções sejam tomadas para evitar vítimas civis no país e pelo fim imediato da violência.
