O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos) decretou na manhã desta quinta-feira (7), estado de emergência para a dengue após reunião com gestores da Secretaria de Saúde.
O decreto se dá devido ao aumento de casos na cidade. Só neste ano, o município registrou 14.838 casos de dengue, tendo três mortes confirmadas pela doença. O texto do decreto será publicado em Diário Oficial nesta sexta-feira, 8 de março.
Segundo divulgado pela Secretaria de Saúde, a preocupação também vem após Campinas registrar pela primeira vez na história a cocirculação de três sorotipos da dengue: DEN 1, DEN 2 e DEN 3. Além disso, desde o início de outubro a cidade tem apresentado condições climáticas consideradas ideais para o desenvolvimento e proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue.
A decisão do município campineiro se une ao estado de São Paulo que decretou estado de emergência na última terça-feira (5), após o estado bater 300 infecções a cada 100 mil habitantes.
O que muda?
A situação de emergência permite adoção de todas as medidas administrativas e assistenciais necessárias à contenção do aumento de casos de dengue. Isso inclui direcionamento de recursos financeiros e agilidade na compra de insumos como soro e materiais para nebulização, pagamento de horas extras e eventual contratação de pessoal para reforçar a assistência em saúde.
O decreto permite também recebimento de aporte financeiro do Ministério da Saúde, com valor a ser confirmado, para apoio nas ações de prevenção e combate à doença.
Orientações sobre assistência
A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico sobre a causa do sintoma. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.
Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.
O que já foi feito e próximo mutirão
A Secretaria de Saúde de Campinas informa que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o plano regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios brasileiros diante do contexto do aumento de casos da doença.
Neste ano, agentes de Saúde já visitaram 24,5 mil imóveis em cinco mutirões e ações de visitas às residências que antecederam estes trabalhos específicos para orientar a população e eliminar criadouros do mosquito transmissor da doença.
O plano inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações. Os mutirões começaram em 6 de janeiro, nas regiões com mais casos suspeitos e confirmados, e a programação com esta frequência está mantida pelo menos até o início de abril.
O próximo será neste sábado, 9 de março, a partir das 8h, e os agentes da Secretaria de Saúde devem percorrer imóveis das seguintes regiões no período da manhã:
- Núcleo Residencial Gênesis
- Núcleo Residencial Getúlio Vargas
- Núcleo Residencial Parque Dom Bosco
- Parque São Quirino
- Jardim Santana
- Vila Nogueira
- Cafézinho
- Jardim Nilópolis
- Capadócia
Os locais foram selecionados por causa do número de casos confirmados ou suspeitos de dengue nos últimos 14 dias e o objetivo é mobilizar a população para cuidados.
O ponto de encontro das equipes será o Centro de Educação Infantil (CEI) Recanto da Alegria. Ele fica na Rua Joaquim Gomes Ferreira, 12, no Jardim Nilópolis.
O mutirão deste sábado deve reunir pelo menos 100 agentes da Saúde, incluindo os trabalhadores da empresa terceirizada Impacto Controle de Pragas, que atuam nas visitas aos imóveis para orientação e eliminação de criadouros. Eles usam uniforme formado por camiseta branca, com logo da empresa, e calça na cor cinza. Em caso de dúvidas sobre a identificação, a população pode pedir informações pelo telefone 199, da Defesa Civil.
Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
