Um grupo de oito estudantes do Sesi de Americana desenvolveu uma tecnologia para portas que facilitam o acesso de deficientes físicos a qualquer ambiente. Chamado de “PIA” (Porta Inteligente Automática), o projeto foi um dos 100 selecionados para a nova temporada do “Torneio de Robótica FIRST LEGO League”, competição promovida pelo sistema S (que engloba, além do Sesi, o Senai e o Senac).
A porta foi pensada para que uma pessoa com algum tipo de deficiência limitadora tenha mais autonomia. Ela tem um sensor de cartão magnético capaz de identificar o usuário pelos dados pessoais.
Uma das idealizadoras do projeto, Luisa conta que a porta foi criada para evitar constrangimentos, como ocorreu com a colega de escola, em uma simples ida ao banheiro. “Percebemos que uma das maiores dificuldades dela era a de abrir portas e isso a chateava, principalmente, quando ia ao banheiro. Toda vez ela tinha que ir acompanhada. Como banheiro é uma situação mais individual, isso causava incômodo. Falamos com profissionais e disseram que isso poderia trazer diversos danos psicológicos para ela. Resolvemos pensar em uma solução que ajudasse a ter esse acesso autônomo ao banheiro”, explica.
Os alunos, preocupados com a segurança, fizeram pesquisas e entrevistas e conseguiram estipular um tempo médio que cada usuário precisa para usar o banheiro.
Caso esse tempo seja maior que o previsto, o dispositivo na porta envia um sinal aos responsáveis por esse monitoramento.
“O tempo você pode regular. Vamos supor que ele demora 15 minutos, mas ficou 17. Pode ser um indicativo de que está passando mal, pode ter desmaiado, então é emitido um alerta no computador onde está instalado o software e é possível abrir e salvar o deficiente, garantindo a segurança. Está em processo de implantação na nossa escola, mas o objetivo é levar para fora e conseguir atingir o objetivo de tornar o mundo mais acessível”, completa a estudante.
Em 2020, o “Torneio de Robótica FIRST LEGO League” será entre 3 e 6 de março, na Bienal de SP.
O professor de Robótica e técnico da equipe, Denis Rodrigo Santana, afirma que o papel do torneio é inserir o jovem em uma perspectiva positiva de futuro e estimular habilidades exigidas no mercado de trabalho. “É o caminho que o mundo está tomando. A gente vê cada vez mais a robótica presente na nossa vida, quase protagonista. Preparar o jovem, com esse trabalho em equipe, que é difícil adquirir, é um dos grandes desafios e faz toda diferença na vida desse jovem”, pontua.
Por Walter Duarte