Cerca de 560 famílias moradoras do Condomínio Emílio Bosco, no Matão, em Sumaré, ficaram três dias sem gás encanado após um vazamento. A solução do problema ocorreu após um protesto ser realizado nas imediações dos prédios na noite da segunda-feira (28). Nesta terça, funcionários da Comgás, empresa responsável pelo fornecimento de gás, finalizaram os reparos e a situação foi normalizada.
O protesto foi realizado entre a tarde e noite de segunda-feira e mobilizou viaturas da Guarda Municipal de Sumaré, Corpo de Bombeiros e também da PM (Polícia Militar). Os moradores chegaram a fazer barricadas e atearam fogo em objetos. A Avenida Emílio Bosco, a principal do Matão, chegou a ficar fechada pelos manifestantes. Não houve registro de feridos.
Viaturas da Guarda Municipal, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros estiveram no local (Foto: Rafael Rezende | TodoDia Imagem)
De acordo com o síndico do condomínio, que reúne seis complexos e 28 prédios, Cauby de Oliveira Barroca Neto, o vazamento ocorreu no sábado, e isso fez com que o fornecimento fosse interrompido.
“O problema aqui vem desde a construção, quando fizeram o encanamento do gás muito próximo da superfície. Eles ficam praticamente expostos”, disse.
O vazamento ocorreu por conta de uma intervenção feita por moradores para cimentar uma área e o cano foi atingido.
Com isso, segundo o síndico, foi necessário fechar a válvula do condomínio todo, interrompendo o fornecimento para as famílias. De acordo com Neto, no sábado e domingo, ele cobrou que os reparos fossem feitos, mas somente na segunda soube que a Comgás enviaria técnicos ao local na terça.
“Quando passei essa informação para algumas pessoas, elas se revoltaram. Teve gente que precisou cozinhar fazendo fogueira na mata, ou então fogão à lenha. Ficaram inconformados com a demora e então resolveram se manifestar para chamar a atenção para o problema”, contou o síndico.
Após contatos com a empresa durante o protesto, técnicos chegaram ao local por volta das 23h30 e iniciaram os reparos. “Ficaram aqui até 4 horas da manhã, e uma outra equipe chegou umas 8h e continuou o trabalho. Por conta desse problema, foram identificados outros vazamentos, que precisavam de reparo, então já foi feito tudo isso”, explicou.
TAXA
Segundo Neto, outra situação que revoltou as famílias foi a cobrança da chamada “taxa de estanqueidade”, que seria o valor dos serviços da empresa. Seria cobrado R$ 61 por família, chegando a R$ 35 mil ao todo, de acordo com o síndico. “Diante da urgência, até autorizamos cobrar e iríamos questionar na Justiça depois, mas eles nos informaram depois que não ia mais ter essa cobrança”, disse.
A Comgás enviou nota sobre o caso, confirmando que “esteve no local realizando os testes, sem cobrança, a fim de mitigar qualquer risco de vazamento interno”.
A empresa afirmou que o fornecimento “foi interrompido devido à identificação de um vazamento de gás causado por obras realizadas por terceiros no local”, e também destacou que “a manutenção das instalações internas é de responsabilidade do condomínio, que contratou uma empresa para o reparo da tubulação danificada”.
Por Leon Botão