O ano começa e chegam os impostos obrigatórios para pagar, o cartão de crédito com as compras que foram feitas no Natal e uma despesa que pesa muito no bolso para quem tem filhos na escola: a lista de material escolar. Por isso, pesquisar, comprar em grupo ou reaproveitar podem significar economia.
E pesquisar é fundamental mesmo, já que os valores podem ter uma variação muito grande de uma papelaria para outra. Levantamento feito pelo Procon de Campinas, divulgada na sexta-feira (18), aponta diferença de até 430% entre uma loja e outra para o mesmo produto.
A pesquisa foi realizada em sete estabelecimentos da cidade e avaliou 108 itens comuns a todas as listas de material, como cadernos, lápis preto, lapiseira, giz de cera, massa de modelar, caneta, marca texto, borracha, corretivo, cola, mochilas, entre outros.
A pasta transparente com elástico foi o produto que teve maior variação, 430%. Uma caixa de caneta hidrográfica com 12 cores, 407%, oscilando de R$ 3,90 para R$ 19,80. Um estojo duplo do Frozen tem 280% de variação.
Essa diferença de preços pode também ser considerada nas cidades da região, de acordo com Procon de Campinas.
“A pesquisa mostra variações significativas de preços, por isso sempre reforçamos a importância de verificar essas diferenças de valores antes de efetuar as compras”, afirmou a diretora do Procon de Campinas, Yara Pupo.
PODE OU NÃO PODE?
Segundo Procon, os pais devem verificar também se não há abuso na relação de material solicitado pela escola e não só nos preços dos produtos a serem adquiridos.
De acordo com a Lei Federal 12.886 de 2013, as escolas não podem incluir na lista materiais de uso coletivo, higiene e limpeza, ou até mesmo cobrar taxas para suprir despesas com água, energia, telefone e impressão.
“Materiais que não sejam para o uso do aluno ou que sejam para o uso de escritório de administração ou secretarias das escolas não podem ser exigidas dos pais, pois esses materiais são incluídos no preço para estabelecer a mensalidade das escolas”, explica cartilha informativa do órgão.
PESQUISAR É PALAVRA DE ORDEM
A crise econômica e a quantidades de gastos do começo do ano estão fazendo com que os pais, cada vez mais, busquem alternativas para economizar na hora de comprar o material escolar dos filhos.
Letícia Brasileiro Fontanetti, de Americana, tem dois filhos em idade escolar, João, 7, e Pedro, 4. Uma das dificuldades que ela encontra é que eles estudam em escolas diferentes. Por isso, ela pesquisa e pede orçamentos para as papelarias até achar o melhor preço. Letícia também usa a internet para checar valores.
“O material do João é fornecido pela escola, mas os livros não. A escola tem os livros, mas eu resolvei pesquisar pela internet e comprei o que precisava. Economizei cerca de R$ 250,00”, explicou. Outra dica é trocar as marcas por aquelas mais baratas e comprar o quanto antes. “Quem deixa para a última hora vai pagar mais caro”, disse.
Cláudia Leme, de Campinas, também tem dois filhos em idades escolar, Letícia, 10, e Eduardo, 7. Eles estudam na mesma escola e por isso, uma das dicas que ela dá é reaproveitar ao máximo o material. “Eu passo livros da Letícia para o Eduardo, aproveito cadernos que quase não foram usados, entre outros materiais”, ensinou.
Na hora da compra ela deixa de lado os materiais de personagens de desenho ou filmes e marcas. “Busco sempre o preço mais em conta e compro materiais com cores neutras. Tenho que economizar ao máximo, porque aqui em casa multiplico a lista por dois”, comentou.
Cristiane Carrijo, de Nova Odessa, leva a pesquisa de preços a sério. Ela monta planilhas com listas de material de um ano para outro, pesquisa preços e faz comparativos. Ela tem uma filha, Ana Luísa, de 4 anos, que está no Jardim I. “Apesar de não termos um grupo de compras, as mães compartilham valores e locais onde conseguiram melhores preços”, contou.
Segundo ela, pela pesquisa feita pelas as mães para esse ano, elas encontraram papelarias com preços que variavam entre R$ 270, 00 a R$ 340,00 para a mesma lista. “Claro, que depende muito da marca dos produtos, mas eu sempre procuro economizar ao máximo”, explicou.
VIROU PROFISSÃO
Para Lilian Carla Inoue, a pesquisa e as compras feitas com um grupo de pais acabou se tornando seu trabalho desde o início do ano. Ela, que tem um filho, Rafael, 4, também na escola, é uma consultora que ajuda os pais a comprar mais barato. “Eu pesquiso em grandes distribuidoras, compro em grande quantidade para os pais”, disse.
Ela trabalha para um grupo de 20 pais e já começou a fazer as compras para esse ano. “Eu compro direto no fornecedor e isso representa uma economia significativa. Em alguns casos tem itens que chegam a custar 74% menos do que na papelaria. Vale muito a pena”, concluiu.