A decisão do governo do Estado de não seguir o decreto do presidente Jair Bolsonaro que incluiu salões de beleza, barbearias e academias na lista de serviços essenciais frustrou os planos da Prefeitura de Americana. Nsta quarta-feira (13), a prefeitura informou que o Comitê de Crise formado para o enfrentamento da Covid-19 se reuniu na terça-feira (12) no intuito de debater as novas atividades consideradas essenciais pelo governo federal “e tomar, se possível, medidas que colocassem em prática mudanças no sistema de isolamento do município”.
Segundo a administração, o comitê entendeu que seria possível reabrir imediatamente alguns dos serviços essenciais incluídos na lista pelo governo federal, como barbearia e salões de corte de cabelo e, dentro de uma série de medidas de segurança, academias. Porém, a já esperada decisão do governador João Doria (PSDB) de não aderir à mudança no Estado foi um balde de água fria.
“Qualquer medida nesse sentido, no entanto, fica prejudicada diante da decisão do governador João Doria em não acatar as publicações do governo federal. Diante disso, a Prefeitura de Americana não tem condições legais para colocar tais mudanças em prática”, informou a prefeitura, em nota.
“O Poder Executivo continua a seguir todas as deliberações estaduais, esperando que o governo se sensibilize e passe a adotar critérios que levem em conta as características de cada município”, completou.
No fim de março, Americana chegou a reabrir salões de beleza após o início da quarentena e depois recuou. Todas as outras cidades da região também vão seguir o governo do Estado.
A Prefeitura de Hortolândia, por meio da Secretaria de Governo, informou que permanece seguindo as orientações estaduais. A administração citou decreto municipal publicado domingo (10), determinando que até 31 de maio apenas comércios essenciais devem funcionar com atendimento aberto ao público, seguindo o Estado.
A prefeitura ressaltou que o Comitê de Combate ao Coronavírus monitora diariamente a evolução dos dados referentes à pandemia e baseia suas decisões em estudos de cada setor, “de acordo com a realidade do município, seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde e agindo em consonância com o Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde e a avaliação dos médicos e especialistas da rede municipal”.
A Prefeitura de Nova Odessa ressaltou que “segue alinhada às determinações do governo do Estado de São Paulo e mantém a proibição do funcionamento de academias, salões de beleza e barbearias no município, assim como todas as restrições elencadas nos decretos 64.967, de 8 de maio de 2020 (estadual), e 4.223, de 9 de maio 2020 (municipal), que estenderam a quarentena até 31 de maio”.
Sumaré também confirmou que “segue o decreto estadual, conforme determinado pelo Ministério Público, e aguarda as orientações do Estado”. Santa Bárbara d’Oeste não respondeu.
Associações comerciais da região sempre se declararam a favor de qualquer reabertura, e também de seguir as determinações do Governo do Estado. Esta semana, a Facesp (Federação das Associações Comerciais de São Paulo) fez manifesto criticando o prolongamento da quarentena e pedindo que o Estado ajude as empresas a se manter.
Reportagem: Pedro Heiderich