Mãe de Robson Douglas Tempesta, Iva Rocha Tempesta, 73, disse ao TODODIA que está aliviada pelo caso finalmente ter tido uma definição. No entanto, afirma que a vida nunca mais será a mesma. O mecânico Celso Pereira de Assis foi condenado anteontem a 71 anos, 11 meses e 29 dias de prisão em regime fechado pelos assassinatos do casal Robson Douglas Tempesta, 39, e Ana Paula Duca Tempesta, 33, e das filhas deles, Camila, 8, e Laura, 1, em 14 de janeiro de 2009.
Ao longo dos últimos nove anos, Iva enfrentou a depressão por conta do ocorrido e perdeu o marido José Geraldo Tempesta, pai de Robson, que enfrentava complicações em virtude de um câncer no estômago. Ele faleceu no dia 5 de dezembro de 2016 aos 73 anos.
“Demorou (a condenação). Demorou muito, mas a gente só fica mais aliviado agora. A dor não passa, vai ser pra sempre a perda, mas pelo menos solto ele não vai ficar”, disse Iva.
Logo após o assassinato, a mulher entrou em depressão. Foram dois anos de tratamento, passando com psicólogo e psiquiatra . “Eu agradeço muito o povo, que orou pela minha família. Foi a oração que me tirou da depressão”, afirmou.
Apesar da condenação e do alívio do caso ter tido um desfecho, Iva diz que não há como a vida voltar a ser o que era antes. “A sensação é terrível. Chegava final do ano, Natal, a gente reunia a família… agora não reúne mais. A perda é terrível. A gente vive por viver, mas é aquela angústia, aquele sofrimento”, contou a mulher.
ESPERADO
O delegado Cláudio Eduardo Nogueira Navarro, foi o responsável pelas investigações na esfera da Polícia Civil quando era titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais). Ele afirmou que a condenação era esperada. “Esperada e mais do que justa. A defesa só bateu na tese da inimputabilidade dele, o que nós nunca acreditamos. Ele tinha perfeita consciência dos seus atos e nós tínhamos provas fartas”, disse. (ANDRÉ THIEFUL)
SAIBA MAIS
O casal de empresários foi encontrado morto no dia 14 de janeiro de 2009, na casa onde morava. Eles foram assassinados a tiros. Depois, as filhas do casal foram levadas para Campinas onde foram mortas por asfixia. Os corpos foram encontrados no dia seguinte, em Elias Fausto, às margens da Rodovia do Açúcar (SP-308). Outros dois acusados pela chacina, Bruno Palumbo e Fabiane Pinheiro foram condenados a 16 e 24 anos de reclusão, respectivamente, em 2011. Palumbo é acusado de acompanhar Assis no primeiro crime e ir com ele até onde matou as crianças. Fabiane é acusada de ficar com as garotas até que o mecânico as matasse. A investigação apontou que o crime foi motivado por uma dívida de R$ 16 mil.