sábado, 23 novembro 2024

Mudança de regra diminui obsessão por perda de peso

Há pelo menos 10 anos, é a mesma história: nesta época de festas de fim de ano, enquanto muita gente está pensando na ceia, os pilotos já estão começando sua preparação para a temporada seguinte da F-1.

Via de regra, isso envolve uma dieta restritiva e a preparação física, feitas prioritariamente entre o fim de dezembro e meados de fevereiro. Mas, neste ano, não se vê mais postagens de pilotos reclamando que estão passando fome enquanto a maioria se esbalda. E há uma explicação para isso: uma mudança de regra acabou com a “ditadura da magreza” na categoria.

Em 2018, o peso mínimo do conjunto carro e piloto era de 734 kg. Agora, o peso mínimo é 740 kg, sendo que, obrigatoriamente, o piloto conta como 80 kg, mesmo pesando menos. Ou seja, se o piloto estiver abaixo disso, será colocado um lastro junto ao cockpit. É uma vitória depois de anos de reclamações dos pilotos mais altos, que tinha que, literalmente, passar fome para ao menos diminuírem a desvantagem em relação aos mais baixos.

Isso porque há casos de diferenças de até 17 kg entre pilotos da mesma equipe e, como geralmente os carros estão bem próximos ou abaixo do peso mínimo, o carro do piloto menos pesado tinha lastros em locais estratégicos para melhorar seu equilíbrio, vantagem que quem era mais pesado não poderia ter.

O peso adicional na posição em que o piloto fica é particularmente prejudicial para o equilíbrio do carro. Então a diferença entre ter um piloto de 80 kg e outro de 70kg com lastros espalhados em pontos específicos podia chegar a 0s3 por volta.

Especialmente quando o KERS foi introduzido, em 2009, os pilotos tiveram que reduzir drasticamente seu peso. Na época, até o “baixinho” Fernando Alonso, de 1,71m, fez uma dieta tão brutal que desmaiou depois da quarta corrida da temporada, no Bahrein. Seu companheiro a partir da metade daquele ano, Romain Grosjean, começou a tomar gosto pela culinária naquela época.

“Estava cansado de comer sempre a mesma coisa, então comecei a ler mais sobre o assunto. Tudo culpa da dieta do KERS!”, disse o francês, que hoje até tem livro de culinária e gosta de fazer bolos para os três filhos.

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