No início dos anos 1990, logo após a reabertura do mercado aos carros importados, a Dodge RAM desembarcou no Brasil por revendedores independentes.
Após algumas idas e vindas, a picape se firmou no mercado, passou a ser trazida oficialmente e virou uma nova marca dentro do grupo FCA Fiat Chrysler. Agora é oferecida uma nova opção.
A RAM 1500 Rebel chega ao País como o modelo mais potente de sua categoria. São 400 cv extraídos da geração atual do Hemi 5.7 V8 a gasolina, motor que vem evoluindo desde os anos 1950 e, apesar de não ser um exemplo de economia de combustível, faz parte da história do automóvel.
A fabricante afirma que a nova picape pode partir da imobilidade e chegar aos 100 km/h em 6,4 segundos, sendo tão rápida quanto um Volkswagen Golf GTI.
Rápida em linha reta, vale dizer. Com seis metros de comprimento e pesando 2.610 quilos, exige cuidado nas curvas.
A RAM 1500 custa a partir de R$ 399.990 e não nasceu para o trabalho: é um veículo pensado para o lazer e longas viagens, que pode ser dirigido por motoristas com carteira tipo B e tem capacidade de carga de apenas 610 kg. O câmbio é automático, com oito marchas.
A RAM 2500 Laramie (R$ 367 mil), que é maior e movida a diesel, pode transportar 1.030 quilos e exige habilitação do tipo C, a mesma de caminhões leves.
Na visão da FCA, a 1500 será o segundo ou terceiro veículo de famílias abastadas e concorrerá com utilitários esportivos de alto luxo, como o BMW X5, Mercedes GLE e Audi Q7.
Cinco adultos viajam sem aperto “”os três ocupantes do banco traseiro conseguem cruzar as pernas sem esbarrar nos assentos da frente. Com as janelas fechadas, o som do V8 sob o capô se transforma em um ruído abafado ao longe. Para tentar compensar o consumo elevado (6,6 km/l na estrada) e evitar paradas frequentes nos postos, o tanque tem capacidade para 98 litros. A RAM 1500 pode ser abastecida com gasolina do tipo comum: não há recursos tecnológicos no Hemi V8 que exijam combustível premium.
A simplicidade mecânica é um dos argumentos para atrair consumidores no Brasil profundo. São regiões com muito dinheiro, pouca assistência técnica e agronegócio em alta. A tela de 12 polegadas do sistema multimídia concentra todas as funções de entretenimento e exige tempo para ser plenamente operada. Nada que assuste quem já está se acostumando com o maquinário agrícola atual, altamente conectado.
