sábado, 20 abril 2024

Cresce 13% número de motoristas para atividade remunerada

Índice, maior que o total do Estado, foi registrado em SBO, que mais ganhou profissionais entre as cidades da região 

CNH | Motociclista precisa ter habilitação específica para trabalhar como entregador (Foto: Agência Brasil)

Santa Bárbara d’Oeste foi a cidade que mais ganhou motoristas habilitados para exercer atividades remuneradas durante a pandemia de Covid-19 quando comparada com Americana, Hortolândia, Nova Odessa e Sumaré. São 13,4% a mais de pessoas com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) com registro EAR (Exerce Atividade Remunerada), conforme determinado pelo Código de Trânsito Brasileiro para aqueles que trabalham dirigindo.

O percentual de crescimento no município é maior do que o registrado em todo Estado de São Paulo, que ganhou 555.348 novas CNHs com registro EAR no período, aumento de 11,6%.

Em 2019, quando ainda não havia registros oficiais do coronavírus, Santa Bárbara contava com 22.612 pessoas com a habilitação EAR. O número saltou para 25.634 motoristas que possuem a permissão para realizar funções profissionais no trânsito.

Os dados foram levantados a pedido do TODODIA na última quinta-feira (17) pelo Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo).

Sumaré, que tem o maior número de habilitações com a permissão para exercer atividades remuneradas (40.126), vem na sequência com 2.930 autorizações a mais do que em 2019, quando os motoristas EAR eram 37.196, crescimento de 7,9%. Já as ruas de Hortolândia estão com 1.700 trabalhadores oficialmente autorizados a dirigir em serviço, passando de 29.097 para 30.797, aumento de 5,8%.

Americana e Nova Odessa contam com 1.642 (5,7%) e 297 (3,5%) habilitações EAR, respectivamente, durante os últimos dois anos. A primeira passou de 28.829 para 30.471, enquanto a segunda de 8.526 para 8.823.

Mesmo com o crescimento, não é difícil encontrar pessoas que ainda não possuem o registro mesmo atuando em funções que exigem o documento.

Trabalhado como entregador para restaurantes de Santa Bárbara desde o início da pandemia, Victor, 26, diz que a maioria dos empregadores com os quais teve contato no período faz questão que os funcionários responsáveis por entregas possuam o registro. No entanto, ele admite que pretende modificar a habilitação apenas quando for renovar, no início do segundo semestre .
“Sei que precisa, mas ainda vou esperar até julho. Deixei de prestar alguns serviços por isso, mas modificar a carteira (de habilitação) gera um gasto que ainda não consegui incluir no meu orçamento”, diz.

Para realizar a transferência, o motorista precisa arcar com os custos de uma avaliação psicológica, hoje no valor de R$ 112, além da taxa de emissão da CNH, de R$ 107. No caso dos motociclistas com habilitação apenas na categoria A, é necessário que se tenha mais de 21 anos, aprovação em curso especializado de motofrete e estar habilitado, ao menos, há dois anos na categoria.

O pedido para o registro EAR pode ser feito tanto pelo site do Detran quanto pelo do Poupatempo.

Juan, 28, que se tornou entregador de produtos vendidos em portais de marketplace no início da pandemia depois de perder o emprego em uma multinacional de Americana, diz que não sabia da exigência do registro até pouco tempo atrás. Por ser autônomo, diferente de Victor, nunca foi exigido a ele o tipo de habilitação específico para que pudesse trabalhar dirigindo. “Em uma conversa com amigos no bar, começamos a falar sobre carteira de habilitação, as categorias e chegamos ao EAR. Deveria saber, mas não me lembrava disso da época do cursinho para tirar a CNH. Só aí que percebi que há mais de um ano e meio faço entregas sem o registro”, conta.
Ele afirma que em março providenciará a troca. “Começo de ano as dívidas são mais pesadas, então programei para fazer isso em março.”

Segundo a legislação, são considerados motoristas profissionais os condutores de transporte rodoviário coletivo de passageiros, transporte de cargas, mototaxistas, entregadores de mercadorias, motoristas de transporte escolar, taxistas, motoristas de aplicativo, instrutor de trânsito e motoristas de ambulância e emergência, além de classe profissional com regulamento próprio.

A multa para motoristas de entrega sem o EAR, como Juan, caso sejam parados em uma blitz é de R$ 293,47, além de sete pontos na carteira e apreensão do veículo. O registro é feito no campo “observações” da CNH.

Victor e Juan pediram para que não tivessem os sobrenomes divulgados para não serem prejudicados profissionalmente. 

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também