quarta-feira, 24 abril 2024

Comitê determina alerta máximo para a varíola dos macacos no Brasil

Centro de Operações de Emergência, do Ministério da Saúde, classifica doença como de ameaça nacional  

RISCO | Testes para a detecção da varíola dos macacos, que é monitorada pela Saúde (Foto: Agência Brasil)

O COE Monkeypox (Centro de Operações de Emergência), criado pelo Ministério da Saúde para monitorar o avanço da varíola dos macacos no Brasil, determinou nível máximo de alerta para a doença. A classificação está no Plano de Contingência Nacional para Monkeypox divulgado no sábado (6). Os níveis de emergência variam de I a III. O nível máximo admite uma ameaça de relevância nacional, que pode culminar em declaração de Espin (Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional).

Segundo o Ministério da Saúde, o alerta é estabelecido quando há “excepcional gravidade”. Para a avaliação de riscos, o comitê considera a transmissibilidade da varíola dos macacos, agravamento dos casos confirmados, vulnerabilidade da população, disponibilidade de medidas preventivas -como vacinas e o antiviral -e recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Até esta segunda-feira (9), o Brasil registra 2.293 casos confirmados de varíola dos macacos, segundo o Ministério da Saúde. São Paulo é o estado com mais registros da doença (1.636), seguido por Rio de Janeiro (253), Minas Gerais (101), Distrito Federal (92), Paraná (52) e Goiás (51). As demais áreas têm menos de 20 casos identificados. Na semana passada, o boletim apontava 1.962 casos suspeitos, 38 prováveis e um óbito.

“O nível a ser considerado para o presente Plano é o Nível III, uma vez que já existem casos confirmados da doença no Brasil, com transmissão comunitária, e ainda não há no território nacional disponibilidade de medidas de imunização e de tratamento”, diz trecho do plano de contingência.

O documento do COE diz que o governo brasileiro enfrenta dificuldades para a compra de insumos para tratamento da varíola dos macacos. “O SUS vem envidando esforços para aquisição desses insumos para a população brasileira, mas cabe destacar que, no momento, não há disponibilidade no mercado internacional de vacinas ou medicamentos para tratamento para aquisição pelo Brasil.”

Na semana passada, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o Brasil receberá o antiviral tecovirimat para tratar casos graves da varíola dos macacos. Ele não estipulou data para a chegada do medicamento, feito por intermédio da Opas (Organização Pan- -Americana da Saúde). A pasta também diz que encomendou 50 mil doses da vacina contra a doença. A expectativa é de que a primeira remessa seja entregue em setembro. Países que já começaram a aplicar o imunizante, como os Estados Unidos, iniciaram as negociações de compra há nove meses.

SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇA

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
– A doença começa com febre, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, ou seja, sintomas inespecíficos e semelhantes a um resfriado ou gripe.
– Em geral, de a 1 a 5 dias após o início da febre, aparecem lesões na pele, que são chamadas de exantema ou rash cutâneo (manchas vermelhas). Essas lesões aparecem inicialmente na face, espalhando para outras partes do corpo. Elas vêm acompanhadas de coceira e aumento dos gânglios.
– Vale ressaltar que uma pessoa é contagiosa até que todas as cascas caiam – as casquinhas contêm material viral infeccioso – e
que a pele esteja completamente cicatrizada.

COMO É A TRANSMISSÃO DA VARÍOLA DOS MACACOS?
– A varíola dos macacos não se espalha facilmente entre as pessoas – a proximidade é fator necessário para o contágio.
– Sendo assim, a doença ocorre quando o indivíduo tem contato muito próximo e direto com um animal infectado (acredita-se que os roedores sejam o principal reservatório animal para os humanos) ou com outros indivíduos infectados por meio das secreções das lesões de pele e mucosas ou gotículas do sistema respiratório. 

A transmissão pode ocorrer também pelo contato com objetos.

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