Economistas tentam antever o futuro político e os cenários econômicos
O esforço inclui a contratação de pesquisas eleitorais, algumas delas exclusivas, a construção de modelos de projeção, algoritmos e agregadores de levantamentos, além da ajuda de estatísticos e analistas políticos.
A avaliação corrente é a de que a política não vai ser tão importante para a economia quanto a economia será para o resultado eleitoral neste ano -uma vez que os dois candidatos que lideram a disputa presidencial já exerceram o cargo anteriormente.
Clifford Young, presidente de Public Affairs da Ipsos para a América do Norte, já acompanha as eleições brasileiras desde 2002. Ele tem participado de encontros com representantes do mercado e de diretorias de empresas, aqui e no exterior, para tratar do cenário eleitoral.
Os três principais modelos da Ipsos utilizam dados de pesquisas eleitorais e resultados de eleições em diversos países.
O primeiro mostra que presidentes com menos de 40% de avaliação positiva têm menos de 50% de chances de reeleição (com 25% no Datafolha, Jair Bolsonaro teria menos de 10% de chance).
O segundo aponta que, em 85% dos pleitos, vence o candidato mais forte no assunto principal da campanha. Em 2022, esse tema é a economia (inflação e queda de renda), o que desfavorece o atual mandatário. O terceiro é um agregador de pesquisas, todas mostrando Lula na frente atualmente.
A ferramenta mais disseminada entre os economistas é o chamado agregador de pesquisas, uma média do resultado dos levantamentos já divulgados.
Alguns analistas utilizam microdados as próprias pesquisas e hipóteses de abstenção e migração de votos para traçar probabilidades de evolução desses cenários.