Artigos publicados nos últimos meses engrossaram as evidências de que a transmissão do novo coronavírus pelo ar, não só por gotículas de saliva, é possível e tem um papel maior do que se imaginava inicialmente.
Cada vez mais estudos confirmam a presença do vírus ativo em aerossóis de saliva expelidos por pessoas durante a fala, espirro ou tosse. Aerossóis de saliva são partículas líquidas muito pequenas, mas maiores do que o Sars-Cov-2, e por isso podem carregá-lo pelos ambientes. Diferentemente das gotículas de saliva maiores, que caem sobre as superfícies em segundos ou poucos minutos pela ação da gravidade, os aerossóis podem permanecer suspensos no ar por algumas horas. Por isso, os especialistas alertam que o uso de máscara é essencial para barrar a Covid-19.
Testes feitos por diferentes instituições com máscaras caseiras de diversos materiais mostram que o equipamento pode oferecer alguma proteção contra gotículas e aerossóis.
Um artigo publicado em junho por pesquisadores de instituições da Inglaterra na revista científica Emerging Microbes and Infections mostrou que o novo coronavírus pode ser encontrado ativo em aerossóis de saliva artificial por cerca de 90 minutos após a pulverização.
Em um outro artigo publicado no final de junho na revista Science, pesquisadores dos Estados Unidos e da China lembraram que a transmissão pelo ar teve um papel reconhecido no surto de Sars de 2003, causado por um tipo de coronavírus.
De acordo com os cientistas, os aerossóis podem ser inalados e levados até os pulmões.
Um outro artigo publicado no mês passado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) indicou que a transmissão pelo ar seria a principal forma de disseminação do novo coronavírus.