segunda-feira, 23 junho 2025

Ministro pede que todos poupem água e energia

Albuquerque cita “período desafiador” e não esclarece sobre apagão 

Energia | MP dá mais poder a ministério para definir ações contra possível crise (Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, pediu nesta segunda-feira (28) que a população poupe energia e água para enfrentar a crise hídrica. “O uso consciente e responsável de água e energia, reduzirá consideravelmente a pressão sobre o sistema elétrico, diminuindo também o custo da energia gerada”, declarou.

Albuquerque fez um pronunciamento em rede nacional de TV. O objetivo foi tentar afastar os rumores de que pode haver apagão ou racionamento de energia neste ano devido ao agravamento da crise hídrica que deixou os reservatórios das hidrelétricas em seu pior nível em 91 anos. “Esse quadro provocou a natural preocupação de muitos brasileiros com a possibilidade de racionamento de energia, como aconteceu em 2001”, afirmou o ministro.

Para enfrentar a crise atual, disse, o governo vem atuando desde 2020. Nesse sentido, o governo já autorizou o uso de todo o parque térmico disponível, independente do preço da energia, já anunciou a possibilidade de contratação de usinas hoje sem contrato e de importações.

No entanto, o ministro não informou claramente se o risco de apagão ou racionamento está totalmente afastado. “É com serenidade, portanto, que tranquilizamos a todos. Estamos certos de que, juntos, superaremos esse período desafiador e transitório”, discursou.

MP
O governo editou nesta segunda-feira (28) uma medida provisória que dá poderes ao Ministério de Minas e Energia decidir sobre o nível de vazão de água nos reservatórios das hidrelétricas. Para aprovar a medida no Congresso, decidiu retirar do texto trechos que previam a possibilidade de um racionamento compulsório de energia.

Na MP, não há menções a qualquer tipo de restrição de consumo -seja racionamento ou deslocamento de consumo para horários fora do pico, algo que antes estava previsto no texto.

Em entrevista recente, o ministro Bento Albuquerque afirmou que avalia para julho uma campanha de deslocamento do consumo de energia para horários fora do pico como forma de evitar apagões. Para isso, no entanto, basta uma decisão do próprio ministério.
As discussões em torno da MP se arrastam há cerca de duas semanas. Os técnicos se concentraram na mudança legal que permitirá ao governo interferir nas agências reguladoras, hoje responsáveis pela decisão sobre o nível de vazão dos rios para os reservatórios das hidrelétricas.

Cabe ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e à ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento) definirem as vazões que passam pelas barragens, para atender requisitos ambientais ou permitir outros usos da água. Recentemente, a usina de Belo Monte, por exemplo, teve a vazão restrita por razões ambientais e, por consequência, passou a injetar menos energia no sistema.

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