Deniro Machado é professor de História de uma escola particular no Parque Guadalajara, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza
Um professor de Caucaia, cidade do estado do Ceará, decidiu produzir uma réplica em E.V.A. de um colete para tratamento contra a escoliose e passou a usá-la em sala de aula ao descobrir que uma aluna estava sofrendo bullying por usar o colete para tratamento da doença.
A atitude do docente emocionou a vendedora Sônia Melo, mãe de Sophia, 11 anos, que cursa o 6º ano do ensino fundamental e está em tratamento, desde 2016, contra a doença que causa desvio lateral na coluna.
Deniro Machado é professor de História de uma escola particular no Parque Guadalajara, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza.
“Do nada ele apareceu com a imitação do colete e disse que iria usar com a Sophia. Foi uma atitude muito louvável, eu gostei demais. Agora a Sophia ficou mais motivada e vai toda feliz para a escola”, afirmou a mãe da menina.
O problema
Em entrevista ao portal G1, a mãe da aluna explicou que levou Sophia ao médico assim que notou algo errado com a postura da filha.
No início, Sophia foi diagnosticada com 11 graus de desvio, que logo evoluiu para 17, preocupando bastante sua família. Mesmo com o tratamento, o desvio chegou a 35 graus, fazendo com que o uso do colete ortopédico se tornasse urgente.
“Ela já tinha usado outro colete, o OTLS, que era mais discreto, ficava embaixo da blusa. Há uns três meses ela começou a usar o novo colete, que já é mais visível. Quando Sophia começou a ir com o novo colete um colega de sala chamou ela de corcunda, disse que ela era torta. O que deixou Sophia triste e com vergonha do tratamento”, relatou a vendedora.
Trabalho de conscientização
Assim que soube do episódio de bullying, o professor atuou para apoiar Sophia. Primeiramente, convocou o aluno que estava fazendo os comentários e os pais dele para conversarem sobre o caso e na mesma semana, o professor apareceu em sala de aula usando a réplica do colete da aluna.
“Sophia é uma aluna muito querida e que sempre me chamou atenção, pois eu sofria muito bullying quando criança por ser gordinho, me chamavam de botijão, entre outras coisas, e nenhum professor fez nada por mim. […] Resolvemos a questão do bullying, mas eu não queria que parasse por aí, queria que ela se sentisse acolhida. Então fiz o colete de E.V.A, entrei na sala com ele e disse que a partir daquele dia eu e Sophia usaríamos o colete e que se alguém quisesse fazer bullying seria com nós dois. Os outros alunos aplaudiram e não houve mais casos”, disse Deniro, enfatizando que a educação não é um trabalho, mas um chamado.





