quinta-feira, 6 novembro 2025

Professor usa colete que simula aparelho de aluna com escoliose para combater bullying em escola

Deniro Machado é professor de História de uma escola particular no Parque Guadalajara, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza

A atitude do docente emocionou a vendedora Sônia Melo, mãe de Sophia, 11 anos, que cursa o 6º ano do ensino fundamental e está em tratamento, desde 2016, contra a doença que causa desvio lateral na coluna (Foto: Arquivo Pessoal)

Um professor de Caucaia, cidade do estado do Ceará, decidiu produzir uma réplica em E.V.A. de um colete para tratamento contra a escoliose e passou a usá-la em sala de aula ao descobrir que uma aluna estava sofrendo bullying por usar o colete para tratamento da doença.

A atitude do docente emocionou a vendedora Sônia Melo, mãe de Sophia, 11 anos, que cursa o 6º ano do ensino fundamental e está em tratamento, desde 2016, contra a doença que causa desvio lateral na coluna.

Deniro Machado é professor de História de uma escola particular no Parque Guadalajara, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza.

“Do nada ele apareceu com a imitação do colete e disse que iria usar com a Sophia. Foi uma atitude muito louvável, eu gostei demais. Agora a Sophia ficou mais motivada e vai toda feliz para a escola”, afirmou a mãe da menina.

O problema
Em entrevista ao portal G1,  a mãe da aluna explicou que levou Sophia ao médico assim que notou algo errado com a postura da filha.

No início, Sophia foi diagnosticada com 11 graus de desvio, que logo evoluiu para 17,  preocupando bastante sua família. Mesmo com o tratamento, o desvio chegou a 35 graus, fazendo com que o uso do colete ortopédico se tornasse urgente.

“Ela já tinha usado outro colete, o OTLS, que era mais discreto, ficava embaixo da blusa. Há uns três meses ela começou a usar o novo colete, que já é mais visível. Quando Sophia começou a ir com o novo colete um colega de sala chamou ela de corcunda, disse que ela era torta. O que deixou Sophia triste e com vergonha do tratamento”, relatou a vendedora.

Trabalho de conscientização
Assim que soube do episódio de bullying, o professor atuou para apoiar Sophia. Primeiramente, convocou o aluno que estava fazendo os comentários e os pais dele para conversarem sobre o caso e na mesma semana, o professor apareceu em sala de aula usando a réplica do colete da aluna.

“Sophia é uma aluna muito querida e que sempre me chamou atenção, pois eu sofria muito bullying quando criança por ser gordinho, me chamavam de botijão, entre outras coisas, e nenhum professor fez nada por mim. […] Resolvemos a questão do bullying, mas eu não queria que parasse por aí, queria que ela se sentisse acolhida. Então fiz o colete de E.V.A, entrei na sala com ele e disse que a partir daquele dia eu e Sophia usaríamos o colete e que se alguém quisesse fazer bullying seria com nós dois. Os outros alunos aplaudiram e não houve mais casos”, disse Deniro, enfatizando que a educação não é um trabalho, mas um chamado.

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