quinta-feira, 25 abril 2024

Engenheiro que fez viaduto diz não lembrar detalhes do projeto

Um dos engenheiros responsáveis pela execução da obra do viaduto que cedeu na marginal Pinheiros, Roberto de Abreu Camargo, 70, diz não lembrar detalhes do projeto concluído em 1978, nem saber o motivo da ruptura.

A gestão Bruno Covas (PSDB) não encontra o projeto original do viaduto, mas localizou o engenheiro na terça-feira e mandou buscá-lo em Guarujá, no litoral sul do estado, onde ele passava o feriado com a família.

Camargo acompanhou, na tarde de terça, uma vistoria de técnicos contratados pela Prefeitura de São Paulo para as obras de recuperação da pista que rompeu na madrugada do dia 15 de novembro, no início do feriado prolongado da Proclamação da República. A ruptura provocou o fechamento da pista expressa da marginal e uma série de alterações no trânsito.

Segundo a prefeitura, a colaboração de Camargo trará informações novas sobre a estrutura, já que ele a “conhece muito bem”. O engenheiro, no entanto, diz não saber detalhes do projeto. “Quarenta anos atrás, acha que vou lembrar? Eu disse o que eu lembrava da época que foi executado, como eram os aparelhos de apoio. Mais ou menos eu disse”, afirmou à Folha de S.Paulo.

De acordo com ele, a caça pelo documento original continua. A prefeitura agora aposta no acervo da CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços), depositária desses papéis, e do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), que fiscalizou as obras.

A estrutura foi projetada na década de 1970 por Walter de Almeida Braga (1930-2016) e executada por meio de um convênio com a Fepasa (empresa que administrava as ferrovias do estado), para a qual Camargo trabalhava.

Segundo o secretário municipal de Obras, Vitor Aly, o documento pode ter se perdido em um incêndio na companhia. A prefeitura buscou até a viúva de Braga, mas ela se desfez do acervo do marido.

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