quinta-feira, 25 abril 2024

Flávio Bolsonaro empregou mãe e mulher de PM do Rio suspeito de comandar milícia

O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), empregou até novembro do ano passado, em seu gabinete na Alerj, a mãe e a mulher ex-capitão do BOPE Adriano Magalhães da Nóbrega, 42, suspeito de comandar milícia no Rio de Janeiro.

Magalhães está foragido e é um dos 13 alvos de uma operação deflagrada nesta terça-feira (22) pelo Ministério Público para prender suspeitos de chefiar milícias que atuam nas comunidades como de Rio das Pedras e Muzema, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

Ele foi expulso da Polícia Militar em 2014 por ter feito segurança pessoal para José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, da máfia dos caça-níqueis.

CONEXÃO
Raimunda Veras Magalhães e Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, mãe e mulher de Magalhães são as conexões dele com Flávio Bolsonaro. Elas trabalharam no gabinete do então deputado estadual até 14 de novembro e ocupavam o cargo CCDAL-5 com salário de R$ 6.490,35.

Raimunda é um dos ex-servidores de Flávio citados em relatório do Coaf que identificou movimentações financeiras atípicas de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz. Ela repassou R$ 4.600 para a conta do ex-policial militar.

À época da revelação do relatório, em dezembro do ano passado, a reportagem procurou a ex-assessora em endereços relacionados ao seu nome, sem sucesso.

Em nota, a assessoria do senador eleito disse que Raimunda foi contratada por indicação de Queiroz, que supervisionava o seu trabalho, e que não pode ser responsabilizado por atos que desconhece.

Flávio Bolsonaro homenageou Magalhães duas vezes na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Em 2003, propôs uma moção de louvor ao policial militar por desenvolver sua função com “dedicação, brilhantismo e galhardia”.

“Imbuído de espírito comunitário, o que sempre pautou sua vida profissional, atua no cumprimento do seu dever de policial militar no atendimento ao cidadão”, escreveu.

Em 2005, o filho do presidente concedeu ao policial a Medalha Tiradentes. Na justificativa, entre outras razões, o então deputado estadual escreveu que Adriano teve êxito ao prender 12 “marginais” no morro da Coroa, no centro, além de apreender diversos armamentos e noventa trouxinhas de maconha.

Flávio Bolsonaro também apresentou moção de louvor a outro policial militar alvo da operação desta terça. O capitão Ronald Paulo Alves Pereira, segundo o senador eleito, mereceu a homenagem por ter participado de operação no Complexo da Maré, em 2004, na qual morreram três “marginais da Lei”.

Na nota divulgada à imprensa, o senador eleito disse que sempre atuou na defesa de agentes da segurança pública e que já concedeu “centenas de outras homenagens”.

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