quarta-feira, 24 abril 2024

Reino Unido e Europa chegam a acordo técnico sobre ‘brexit’, mas negociações continuam

Os negociadores britânicos e europeus chegaram a um acordo sobre os termos da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o “brexit”, informou a imprensa inglesa ontem.

A sintonia por ora é meramente técnica. Falta acertar os ponteiros políticos e diplomáticos, o que pode levar algum tempo. O acerto prevê o estabelecimento de uma união aduaneira cobrindo Grã-Bretanha (Inglaterra, País de Gales e Escócia), Irlanda do Norte e os países do bloco comum, dentre os quais está se encontra a República da Irlanda, que faz fronteira com a do Norte.

Esse cenário se concretizaria se não houvesse outra combinação até 29 de março de 2019, data do desligamento britânico. O documento ainda precisa ser analisado pelo gabinete da primeira-ministra britânica, Theresa May, do qual ecoaram nos últimos dias críticas veladas (e outras nem tanto) ao que seria uma “rendição” da chefe às condições fixadas por Bruxelas, onde fica a sede da Comissão Europeia.

Espera-se que Londres feche a questão sobre o acordo até a noite de hoje. Depois disso, os líderes europeus têm de aprovar o teor do texto (já havia datas reservadas no fim de novembro para uma cúpula excepcional), que também passará pelo crivo dos Parlamentos britânico e Europeu.

A união aduaneira cobrindo toda a extensão do Reino Unido foi uma contraproposta de May à ideia europeia de, não havendo acordo até o “brexit”, manter provisoriamente a Irlanda do Norte sob o guarda-chuva de Bruxelas.

Nos dois casos, o intento era evitar que a fronteira entre as Irlandas voltasse a ser “dura”, ou seja, com controle rígido de mercadorias e pessoas, o que inexiste desde 1998 -ano em que um acordo de paz acalmou tensões nacionalistas no Norte, dividido entre a união com a república ao sul e a reafirmação do pertencimento ao Reino Unido.

A União Europeia teria aceitado a proposta de Londres em troca de algumas concessões, como o que tem sido chamado de “alinhamento dinâmico” do lado britânico a regulações futuras da UE (sobre as quais Londres não terá mais poder de voto) sobre estímulo estatal, mercado de trabalho, proteção ao ambiente e mecanismos de proteção social.

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também