sexta-feira, 19 abril 2024

Viracopos: advogada fala em ‘execução’ de sequestrador; PM nega

A advogada Alessandra Jirardi diz que um atirador de elite da PM (Polícia Militar) matou, sem chance de defesa, seu cliente, Luciano Santos Barros, acusado de ser um dos integrantes da quadrilha que promoveu um mega assalto ao Aeroporto Internacional de Viracopos, na manhã de quinta-feira (17), em Campinas. O crime terminou com três mortos quatro feridos.

Depois do roubo no aeroporto, Barros fugiu com cerca de 20 outros suspeitos e invadiu uma casa no Residencial Campina Verde, região do bairro Vida Nova, onde fez uma mulher de 37 anos e sua filha, uma bebê de dez meses, reféns por mais de uma hora. “Ele (Barros) foi executado, eu estava no telefone com ele, ele dizendo que queria se entregar e que estava com medo de morrer”, disse Jirardi.

A advogada disse que alternava a ligação entre ele e o coronel Luiz Augusto Pacheco Âmbar, comandante do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia, negociando a rendição. “Eu disse ‘calma, estou chegando, assim que eu chegar ele vai se entregar’. O sequestrador me disse que se eu não fosse iam matá-lo”, afirmou a advogada. A Polícia, no entanto, diz que o suspeito apontou a arma para a cabeça da refém, que segurava a criança no colo; que ele apresentou comportamento agressivo e que indicou que atiraria na mulher. Por isso, o sniper atirou.

A advogada afirmou que foi parada em uma barreira da PM antes de chegar na casa onde seu cliente mantinha a mulher refém, e que quando chegou em frente à casa, ele já tinha sido morto. “O sequestrador parou de me ligar. Não esperaram o advogado chegar para ele se entregar. Tiraram a vida de uma pessoa. É um absurdo o que fizeram. Ele ia se entregar, essa é minha revolta. A Polícia de São Paulo matou mais uma pessoa”, disse Jirardi.

Barros, diz ela, era oriundo de São Paulo; ela afirma que foi contratada pela família dele. Segundo Jirardi, o homem seria um empresário na capital, embora não tenha explicado qual era seu ramo de atividade. O GATE negociava a rendição de Barros. Ele acabou morto por volta das 13h35 por um atirador de elite da PM. Segundo o coronel Âmbar, as negociações vinham bem até que o suspeito apontou a arma para a cabeça da refém, que estava com o bebê no colo, e que ficou agressivo.

“O sniper que estava do outro lado da rua atirou e a equipe tática fez a invasão, efetuando mais disparos contra o suspeito para garantir a segurança da refém”. Em nota, a Polícia Militar afirmou que “o criminoso passou a apresentar um pico de agressividade e apontou a arma para a cabeça da mulher, que permanecia refém com a criança no colo, indicando que atiraria na vítima”.

Nesse momento, ainda segundo a PM, “foi realizada a intervenção do sniper, o ‘atirador de elite’ da Polícia Militar, o qual atingiu o agressor, neutralizando-o imediatamente, e que não resistiu ao ferimento”. A mulher de 37 anos que ficou ferida na ação do sniper passou por cirurgia no Hospital PUC-Campinas e ontem estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), com agravamento de seu quadro de saúde. Segundo a PM, ela foi atingida por “estilhaços” da bala.

Em Campinas, governador parabeniza PMs

O governador João Doria (PSDB) veio até Campinas, no fim da tarde de quinta, com o secretário da Segurança Pública, general João Camilo Pires de Campos, e o comandante da corporação, coronel Marcelo Vieira Salles, para parabenizar os PMs. Doria esteve na sede do 1º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) “para cumprimentar os policiais que participaram da ação contra criminosos”. “A equipe do Baep de de Campinas, e de outros batalhões, deu uma demonstração clara de eficiência, precisão, destemor, coragem, atitude e ação. Por isso, tomei a iniciativa de vir aqui cumprimentar vocês”, afirmou Doria no batalhão. “Os bandidos estão mortos. Os inocentes estão vivos. Quem reagiu perdeu”, afirmou o governador.

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