quarta-feira, 24 abril 2024

Americana e Santa Bárbara enfrentam desafio da dengue

 Em fiscalizações e ações em bairros, os municípios tentam evitar aumento de casos ao lado da população

O veterinário Wilson Guarda, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, ligado à Secretaria Municipal de Saúde de Santa Bárbara d’Oeste, falou sobre as ações que o município está tomando para controlar o vetor da dengue (Foto: Reprodução/TvTodoDia)

Com as confirmações recordes de mortes por dengue, Americana e Santa Bárbara d’Oeste vivem o desafio de vencer a doença.

No início deste mês, a Prefeitura de Americana confirmou a sexta morte por dengue, causada pelo mosquito Aedes aegypti. É o maior número de mortes já registrado na cidade desde quando a dengue começou a circular no município, há 30 anos, portanto, 2022 já ultrapassou 2019, ano em que ocorreu o último surto com quatro pessoas vitimadas pela doença.

De janeiro até o dia 25 de maio foram registrados 4.424 casos suspeitos de dengue, dos quais 2.975 foram confirmados (positivos), 1.319 descartados (negativos) e 130 aguardam resultado de exame, segundo informações da assessoria de comunicação da prefeitura. De acordo o diretor da Unidade de Vigilância em Saúde (Uvisa), Antônio Donizetti Borges, o Programa de Controle da Dengue em Americana realiza uma série de atividades para controlar a doença na cidade.

“A Secretaria de Saúde não tem medido esforços para combater a dengue, pois vem cumprindo com todas as atividades preconizadas pelo Ministério da Saúde. Além disso, recentemente o município contratou uma empresa especializada na aplicação de inseticida, para reforçar a eliminação do mosquito transmissor. É uma luta incessante, que depende muito da colaboração das pessoas, para se evitar locais com água parada, onde o mosquito Aedes aegypti se reproduz”, declarou Borges.

Em Santa Bárbara d’Oeste, são três mortes confirmadas, o maior número em uma década. De janeiro até a primeira quinzena de maio, o município já tem 1.197 casos confirmados de dengue, praticamente o dobro do número registrado durante o ano inteiro de 2021, que foi de 628, conforme o balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde. São quatro óbitos suspeitos que estão sendo investigados.

Segundo a prefeitura, a eliminação de possíveis criadouros e focos do mosquito é a principal medida para conter o avanço da dengue e de outras arboviroses transmitidas pelo mosquito. A administração disse que atua em várias regiões da cidade com o objetivo de eliminar os focos e consequentemente, diminuir os riscos de transmissão da doença.

Em entrevista ao programa TodoDia News – 1ª Edição, o veterinário Wilson Guarda, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, ligado à Secretaria Municipal de Saúde de Santa Bárbara d’Oeste, falou sobre as ações que o município está tomando para controlar o vetor da dengue, justamente o mosquito Aedes aegypti.

Conforme destacou Guarda, diferentemente da Covid-19, que não precisa de um vetor e se transmite de humano a humano, a dengue precisa de um vetor, que é o mosquito, e a única forma de combatê-lo é tendo a participação ativa da população.

“É impossível que qualquer serviço público, seja ele de onde for, consiga sozinho agir nesses locais em sua totalidade. Então a gente precisa da participação popular, da população nesse momento, em reduzir, dar uma olhada no seu quintal, investigar o telhado como é que está, se está bem, se não tem uma calha entupida, se a caixa d’água está bem vedada, para que a gente consiga reduzir então, os índices do vetor e consequentemente a gente pode diminuir a transmissão”, esclareceu.

Guarda destacou ainda que o mosquito está evoluído e adaptado à realidade urbana, aproveitando-se dos objetos e pontos mais improváveis, como por exemplo uma tampinha de garrafa que pode servir para que a fêmea deposite os seus ovos e que, mesmo se o local permanecer seco, esses ovos ficam “viáveis” por mais de ano, podendo vir a eclodir no primeiro contato com água que tiver.

Hoje, por conta da situação social e também pela conscientização da importância da reciclagem, há quem acumule em seus quintais produtos descartáveis que têm alguma importância econômica. “Deve se atentar a fazer isso da forma correta, armazenando em bags, aquelas grandes embalagens ou fazendo um tipo de cobertura que também a própria cobertura não venha a acumular água”, orientou Guarda.

O mosquito faz uso de pequenos espaços e deposita uma pequena quantidade de ovos como uma estratégia para assegurar a existência de sua espécie, de modo que ele não faz uso de grandes corpos d’água, como lagos, represas, lagoas ou açudes. Ele se utiliza de bromélias, de calhas, caixas dágua, sacolinhas plásticas, garrafas, pneus, que são locais que lhe garantem a segurança para despejar seus ovos e a temperatura adequada para o seu desenvolvimento.

O especialista frisou que o combate ao mosquito é barato, não precisando comprar inseticida, basta apenas manter seu espaço limpo e organizado, removendo materiais que ofereçam a possibilidade de acúmulo de água.

Guarda enfatizou que a Prefeitura tem fiscalizado residências, comércios, indústrias, borracharias, depósitos de reciclagem, praças de esporte, clubes, informando a população e aplicando o inseticida através de nebulizadores (os chamados fumacês) para combater o mosquito já desenvolvido. 

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