terça-feira, 16 abril 2024

Após confusão e ameaças no HM, prefeitura afasta médicos em Americana

Decisão pelo afastamento de Daniel Cardoso, que também é vereador, e da esposa dele, Adriana Cardoso, acontece dois dias depois de vídeo mostrar ameaças dentro da unidade de saúde  

O afastamento dos médicos aconteceu no final da tarde desta quinta-feira (6) (Foto: Reprodução)

A Prefeitura de Americana decidiu afastar pelo período de um mês o médico Daniel Cardoso, vereador de Americana, e a esposa dele, Adriana Cardoso, depois da confusão registrada nos corredores do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi na última terça-feira (4). Em vídeo que circulou nas redes sociais, ocorreram ameaças de agressão em um conflito envolvendo ambos os médicos e o presidente da Fusame (Fundação de Saúde do Município de Americana), Douglas Magalhães Ferreira, acusado por eles de assédio moral. O presidente da autarquia nega. O caso foi parar na polícia, onde um boletim de ocorrência foi registrado.

O afastamento dos médicos aconteceu no final da tarde desta quinta-feira (6). A medida foi tomada pelo Conselho Disciplinar do hospital. A Prefeitura classificou a confusão na unidade de saúde como “lamentável.” Diante do afastamento, os médicos devem recorrer da decisão.

No vídeo é possível ouvir a médica dizendo que não toleraria mais ser assediada dentro do hospital e que daria “um pau nele”, se referindo ao presidente da Fusame, frase repetida por Cardoso. “Você não quer mexer comigo lá fora não?”, questiona o médico no vídeo. A confusão só terminou depois que a Gama (Guarda Civil Municipal de Americana) chegou ao hospital.

O conflito teria ocorrido quando o presidente da Fusame supostamente proibiu o vereador Vagner Malheiros (PSDB) e Adriana de acessarem o quarto de um paciente com câncer.

Ambos os médicos fizeram transmissões ao vivo pelas redes sociais para comentar o assunto na noite de ontem. Eles dizem que ficaram sabendo do afastamento pela imprensa.

“Hoje eu sou vilão por defender minha mulher de um agressor. Nunca sofri uma sindicância, nunca levei uma advertência. Querem tirar o meu emprego de 20 anos. Naquele hospital existem centenas de pessoas que querem trabalhar, mas tem uma coisa que atrapalha que é a política. Eu não vou deixar de ser médico, não cometi nenhum erro”, afirmou Daniel Cardoso.

“Eu e o dr. Daniel estamos proibidos de trabalhar dentro do hospital. Ficaremos com uma dificuldade muito grande de ajudar as pessoas. Não recebemos nada por escrito e nem um comunicado por telefone”, disse Adriana.

O afastamento é mais um capítulo dos desentendimentos entre o casal de médicos e o governo municipal. Em agosto do ano passado, o prefeito Chico Sardelli (PV) exonerou Adriana do cargo de diretora técnica do HM, dias depois do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) ingressar com uma ação por improbidade administrativa, pela médica ser casada com um vereador em atuação. Na ocasião, o Executivo justificou o desligamento por incompatibilidade profissional.

No início de novembro, Adriana e Cardoso foram acusados de terem apresentado atestados médicos de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Hortolândia no feriado prolongado de Finados e viajarem para Caldas Novas (GO) para a participarem da festa de aniversário da deputada federal Magda Mofatto (PL). O aniversário ocorreu no dia 30 de outubro e os documentos tinham data de 28 e 29 de outubro. Na época, a Prefeitura disse que abriria sindicância para apurar o episódio e o casal afirmou, em nota conjunta, que os atestados eram verídicos e não estavam escalados para plantão no HM nas datas em que estavam fora da cidade. 

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