sábado, 20 abril 2024

Mais de 12 mil alunos voltam às aulas 100% presenciais amanhã em Americana

70% dos estudantes já compareciam às 51 unidades escolares da cidade; há mães ainda divididas 

Americana | O secretário de Educação, Vinícius Ghizini (de óculos), em visita a escola (Foto: Prefeitura de Americana / Divulgação)

Com a euforia das crianças e pais divididos entre temor e alívio, as aulas presenciais obrigatórias serão retomadas nesta quarta-feira (3) nas 51 unidades da rede municipal de ensino de Americana, seguindo a determinação do estado de São Paulo – válida desde 18 de outubro. A partir desta data deixam de ser adotados o revezamento de turmas, as aulas voltam a ser 100% presenciais e também não será mais necessário o distanciamento social entre os alunos.

As escolas municipais já vinham recebendo presencialmente, desde agosto, cerca de 70% dos mais de 12 mil estudantes matriculados, mas em esquema de rodízio, como explica o secretário de Educação, Vinícius Ghizini.

A obrigatoriedade a partir de amanhã vale para EMEIs (Escolas Municipais de Educação Infantil) e primeiro e segundo ciclos do Ensino Fundamental (1º ao 9º anos), que juntos contemplam cerca de 8 mil alunos.

O secretário lembra que o retorno das turmas do Maternal permanece facultativo, mas cerca de 50% dos alunos também retornou às aulas presenciais. Considerando todas as modalidades de atendimento, são mais de 12 mil crianças, das quais a metade está matriculada no fundamental.

Só terão permissão para continuar no sistema remoto os alunos com atestado médico ou laudo que comprovem condições de saúde que impeçam o retorno.

Segundo a prefeitura, faltam 33 dias para o encerramento ano letivo.

A semana letiva será de quatro dias, com um deles voltado aos alunos que permanecerão no sistema remoto.
Ghizini pediu a colaboração dos pais para que levem os filhos às escolas, garantindo que todos os protocolos, como uso de máscaras e higienização com álcool em gel, estão sendo seguidos.

Ele atentou à questão da defasagem no processo de aprendizagem, que os professores tentarão amenizar neste fim de ano letivo com a presença integral dos alunos.

“As turmas terão um reforço, uma retomada de conteúdo nas áreas de maior defasagem, principalmente nas áreas de português e matemática”.

Sobre os procedimentos para os alunos que continuarão em casa, o secretário explicou que as equipes farão uma busca ativa e sensibilização junto aos pais para que as crianças retornem. Pelas regras, os alunos podem ter computadas faltas a partir de amanhã, mas o município tentará um processo de convencimento. 

Professores vacinados, mães divididas
Da faixa etária coberta pelas modalidades escolares de responsabilidade do município, apenas os que estão no fim do Fundamental II podem se vacinar.

Mãe de filhos dentro e fora dessas faixas, a assistente financeira Gisele Barbosa, de 41 anos, ainda não vai deixar a filha de 10 anos voltar neste ano. Já o filho de 13, com a primeira dose, voltou no rodízio e vai se manter no presencial com o fim das restrições.

“Todos tiveram Covid em casa, menos ela. Se for o caso, prefiro que faça o ano novamente”, diz ela, na esperança de que até o próximo ano chegue ao Brasil vacina e aval sanitário para a imunização de crianças abaixo de 11 anos.

Já o secretário de Educação, Vinícius Ghizini, lembra que o quadro de cerca de 900 professores da rede está completamente imunizado, e que a lotação das salas tem um limite definido para cada série, com máximo de 35 alunos.

Ghizini afirma que os profissionais e empresas que trabalham com o transporte de alunos também foram orientados sobre os cuidados necessários.

O secretário salienta que a pandemia acelerou a necessidade do uso dos recursos digitais, mas que o objetivo é trazer os alunos à escola, principalmente por reconhecer a defasagem causada em nível global no uso desta opção, única viável durante a pandemia.

O prejuízo maior é detectado nas crianças em fase de alfabetização, com dificuldades de leitura, na qual os professores devem atuar com reforço.

O impacto é sentido também pelos pais, como a mãe de duas crianças, que pediu para não ser identificada. Ela viu esse empecilho para a alfabetização em casa, com filhos de 5 e 7 anos, matriculados em EMEI e Fundamental, respectivamente.

Como manteve o trabalho externo em tempo integral, não conseguiu auxiliar as crianças no aprendizado desta fase, percebendo a dificuldade na identificação das letras, formulação das sílabas e mesmo para escrever os próprios nomes. “Dois dias por semana eram quase como nenhum”, opina, comemorando o retorno.

‘Crianças cumprem protocolos melhor que adultos’, diz secretário
As aulas em sistema de rodízio foram retomadas gradativamente em maio em Americana, desde quando o secretário de Educação, Vinícius Ghizini, tem frequentado as unidades. Nelas, percebeu que as crianças cumprem os protocolos de prevenção até melhor do que os adultos, policiando e corrigindo quem não está com a máscara colocada de forma adequada, por exemplo.

“Os menores foram inseridos nesse universo e incorporaram mais fácil do que os adultos”, avalia, além de reconhecer que a escola é um ambiente mais crítico.

ESPERANÇA
E é na esperança desse aprendizado rápido pelo contato social que o operário têxtil Vander Carlos Bolandim, de 35 anos, manterá o filho de 5 na escola, para onde já estava indo no sistema de rodízio, até então, na segurança de um número limitado de crianças.

“Nos preocupa um número maior sem distanciamento. Poderia esperar até o ano que vem. Mas, em contato com outras crianças, percebemos o quanto evolui”, considera.

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