terça-feira, 16 abril 2024

Projeto prevê incentivo à doação de órgãos e tecidos

Vereadora propõe programa para disseminar informações em Americana

Órgãos | Projeto busca estimular doações (Foto: Agência Brasil)

Projeto de lei da vereadora Nathália Camargo (Avante) prevê o incentivo à doação de órgãos e tecidos humanos, em iniciativa a ser implantada como política municipal em Americana.

Pela proposta, a mobilização deve ser no sentido de aumentar o número de doadores, esclarecer sobre a importância do ato e a criação de sistemas para a facilitação das doações. Campanhas, cartazes e seminários, como palestras em escolas, são sugeridos como medidas de divulgação.

Na justificativa, a vereadora cita dados do Ministério da Saúde de 2020, quando a lista de espera por órgãos chegou a 50 mil pessoas, diante da queda de 12,7% dos doadores entre 2019 e 2020.

Mais do que a disponibilidade da doação, a compatibilidade é um desafio durante a espera por um órgão.

No caso de Simone Aline Graneze, de 42 anos, que mora em Nova Odessa, esse fator foi o responsável para que ela ficasse seis meses na fila à espera de um rim, um tempo considerado curto.

Transplantada há seis anos, ela ganhou vida nova depois de um ano e oito meses de hemodiálise. Mas, antes disso, ficou anos sem saber que tinha perdido os rins.

Após sintomas como dores de cabeça, cansaço e desmaios é que a investigação médica identificou que ela havia perdido os dois rins havia pelo menos quatro anos.

Em seu histórico havia uma pré-eclâmpsia, gravidez de risco com alta da pressão arterial, que é um dos fatores que pode mascarar problemas renais, além da diabetes.

Ela avalia seu tempo de espera como muito curto, tanto na hemodiálise quanto na espera pelo órgão.

Devido à legislação, os dados do doador e do recebedor ficam sob sigilo. Tudo o que ela sabe é que se tratava de uma mulher, na mesma faixa etária, vítima de um acidente de carro. Com vida nova, também doaria os seus órgãos, mas tem restrições por conta do tratamento contínuo e das medicações que precisa tomar.

Todo o processo foi feito pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e ela ainda faz acompanhamento mensal no Hospital do Rim, em São Paulo. Esse cuidado e o da medicação para evitar rejeição, além da restrição de determinados alimentos e bebidas, são necessários pelo resto da vida. Mas não se comparam às eventuais complicações que a hemodiálise por tempo prolongado pode causar.

VÁRIAS VIDAS
No projeto de lei, a vereadora lembra que um doador pode ajudar ao menos 10 pessoas.

“A conscientização e o debate sobre a doação têm importância, também, na medida que a retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano, após a morte, somente pode ser realizada com o consentimento livre e esclarecido da família do falecido.
Portanto, é de extrema importância avisar o desejo ainda em vida para a família, além de constar nos documentos pessoais”.
 

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