terça-feira, 16 abril 2024

Discussão deixa 2 mortos em A. Nogueira

Uma discussão sobre instalação de uma lixeira terminou em um duplo homicídio por motivo fútil e dois feridos na Chácara Paraná, no bairro Filipada, no Centro, em Artur Nogueira, às 11h deste domingo (28). Uma das vítimas fatais e uma baleada moram em Sumaré.

Pelo que consta no boletim de ocorrência, o proprietário do imóvel, o comerciante R.R.C.S., 36, contratou serralheiros de Sumaré para instalar um portão e remover a lixeira comunitária do lugar e instalar a 50m do local, o que gerou reclamação do outro proprietário do imóvel.

Morreram a tiros o ajudante geral Rodrigo de Carvalho, 37, residente no Centro de Artur Nogueira, que era funcionário do dono da chácara que efetuou os disparos. Tudo indica que foi morto por engano.

O alvo, na verdade, era o autônomo Damião Pereira Bringel, 61, residente no Jardim Casa Verde, em Sumaré, que também morreu na confusão. Ele levou um tiro no abdômen e um na cabeça.

A técnica em química A.D.B., 25, de Sumaré, que é casada com um dos envolvidos na discussão e nora de Damião, levou um tiro no ombro.

O autor dos disparos, o empresário H.V., 62, também levou golpes de facão no braço e na nuca e está internado no Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas, com escolta policial.  O paciente está consciente e estável e foi submetido a cirurgia realizada pela equipe do trauma. Deve ter alta nas próximas 48 horas, trouxe a nota do hospital.

Um investigador de polícia esteve no local e apurou que os cinco empreiteiros e quatro namoradas e esposas deles dormiram na chácara com seus familiares. Os contratados iam concluir a instalação do portão no domingo.

O proprietário da chácara aproveitou a presença deles para mudar uma lixeira de uso comum de lugar, para mais dentro da rua. Mas o vizinho H.V. chegou em sua caminhonete branca e disse que não tinha autorização para fazer a mudança da lixeira e que o local escolhido não era apropriado, mas que concordava com a instalação em outro ponto indicado por ele.

Depois de descarregar as compras, o empresário autor dos disparos voltou ao local para conversar com o soldador J.C.B., 34, marido da mulher baleada e filho do falecido Damião.

O soldador alegou que havia prometido ao proprietário da chácara fotografar a lixeira, já transferida de lugar, para enviar a foto para ele, para, depois, fotografar o segundo ponto acordado com o vizinho.

Segundo a versão dos empreiteiros, o empresário se aproximou e começou a hostilizar J. Os dois entraram em luta corporal.  Neste momento, o serralheiro L.A.S., 26, o balconista A.S.B., 20, e o autônomo Damião tentaram separar a briga.

Nisso, Rodrigo de Carvalho, ao ver que quatro desconhecidos e seu patrão se engalfinhavam, muniu-se de um facão e se aproximou da confusão, ameaçando os estranhos. A briga terminou.

Só que o empresário foi até a caminhonete, muniu-se de uma arma de fogo, voltou para o local da confusão e reiniciou o bate-boca.

Em um determinado momento, o empresário efetuou um disparo para o alto e na sequência efetuou um segundo disparo na direção do grupo. Esse tiro alvejou acidentalmente o funcionário dele, Rodrigo, que faleceu no Hospital Bom Samaritano, pois a bala acertou a cabeça dele.

Um terceiro disparo atingiu um dos ombros da jovem A., esposa de J., que tinha saído na rua, alertada pela gritaria.  Ao ver que nora estava ferida, Damião, munido de um facão, partiu para cima do empresário, que foi ferido na nuca e em um dos braços.

Então, o empresário disparou contra Damião. Os tiros acertaram o abdômen e a cabeça do autônomo, que também faleceu no local.

OUTRO LADO

O funcionário do acusado, o ajudante geral L.G.C., 18, relatou na delegacia do município que o falecido Damião havia mudado o local da lixeira da prefeitura sem autorização e teria derrubado uma árvore nativa, como consta no boletim de ocorrência.

Segundo a defesa do empresário, ele foi conversar com Damião para colocar a lixeira em local mais adequado e o autônomo havia pedido um trator para trocar a lixeira de lugar novamente.

O jovem disse que havia subido no trator para remover a lixeira, quando J., filho de Damião, se aproximou e começou a filmar tudo com seu celular, inclusive a caminhonete do empresário. O empresário questionou J. sobre o motivo da filmagem, mas este se recusou a responder.

Peritos criminais recuperaram quatro estojos deflagrados. Havia ainda 13 munições intactas na pistola semi automática do empresário.

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