A cidade mais rica da RMC (Região Metropolitana de Campinas) é, também, a que mais polui o ar. Paulínia, dona do maior PIB (Produto Interno Bruto) per capita (por habitante) do País, é responsável por metade do CO2 despejado na atmosfera entre os 20 municípios da região. O gás carbônico (CO2), ou dióxido de carbono, é o poluente que mais contribui para o efeito estufa.
Os dados são do Inventário Metropolitano de Emissões de Gases do Efeito Estufa, realizado pela Prefeitura de Campinas – e que vem sendo apresentado a gestores em reuniões nas cidades integrantes do bloco.
As atividades industriais na região são responsáveis por 1 milhão e 837 mil toneladas de CO2 lançadas na atmosfera. Saíram de Paulínia 49% dessas emissões, seguida por Sumaré, com 9,7%, Americana (7,2%) e Campinas, com cerca de 6%. Os demais municípios da RMC apresentam contribuições pouco significativas, segundo o estudo.
São duas as principais fontes geradoras do dióxido de carbono, o vilão do efeito estufa: o consumo de energia elétrica e o processo industrial.
Paulínia tem a economia focada na indústria de refino de petróleo, pela presença da Replan – maior refinaria da Petrobras em capacidade de processamento de petróleo (434 mil barris por dia, ou 20% da produção nacional) – e de empresas do setor. O que traz riqueza – um PIB per capita de R$ R$ 314,6 mil por ano – também gera prejuízo ao meio ambiente.
O inventário levantou a quantidade de gases de efeito estufa emitidos na região e os setores mais poluentes. Os dados foram coletados ao longo de 2018, com o apoio de 20 técnicos (um de cada prefeitura), após três capacitações realizadas no primeiro semestre junto aos municípios da RMC.
Campinas é o primeiro município do Brasil a fazer um inventário regional, segundo a Administração.
De acordo com o secretário municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da cidade, Rogério Menezes, não existe limite de fronteiras municipais para as questões do meio ambiente, especialmente no que diz respeito à emissão de gases. “Na questão da mudança climática, temos que pensar de forma global, porém agir localmente”, disse.
O objetivo do inventário foi levantar as fontes de emissão dos gases de efeito estufa resultantes das atividades em Campinas e região, para propor ações específicas destinadas a minimizar os efeitos nocivos e melhorar a qualidade do meio ambiente.
O inventário apresenta metas e estratégias de enfrentamento às mudanças climáticas a curto (ano de 2020), médio (2024) e longo prazo (2030).
O documento propõe ações como a criação e ampliação de instrumentos regulatórios que promovam a eficiência energética em processos industriais, a troca de combustíveis fósseis e a substituição de equipamentos mais produtivos e menos poluentes, entre outras.