terça-feira, 23 abril 2024

Barbarense acolhe brasileiros que fogem da guerra na Ucrânia

Gisele Chamorra vive na Eslováquia e recebe grupo de jogadores brasileiros que deixou área de conflitos

Apoio | Gisele e seu esposo (à frente na foto) com os cinco atletas brasileiros refugiados da Ucrânia (Foto: Arquivo Pessoal)

Pessoas que moram perto da fronteira com a Ucrânia organizam grupos voluntários para auxiliar refugiados. O TODODIA ouviu Gisele Chamorra, a barbarense que acolheu brasileiros refugiados da Ucrânia na Eslováquia. Ela conta que mais de 200 mil pessoas já passaram pela fronteira entre os dois países para fugir dos conflitos. Gisele acolheu cinco jogadores de futebol brasileiros em fevereiro.

Nesta terça-feira (15), a ONU (Organização das Nações Unidas) informou que o número de pessoas fugindo dos conflitos se aproximou de 3 milhões. Na Eslováquia, a estação de trem que recebe os refugiados se tornou simbólica, de acordo com Gisele.

“Quem desce de um trem vindo da Ucrânia e não sabe pra onde ir, não fala a língua, tem dificuldade até para comprar ticket de trem, então o grupo de acolhimento direciona essas pessoas”, contou a barbarense, que atualmente mora na cidade de Kosice, localizada a 90 km da fronteira.

O esposo de Gisele conhecia a família de um dos jogadores de futebol brasileiros que estavam na Ucrânia quando a guerra começou, em 24 de fevereiro, e acolheu outros quatro em sua casa. Os atletas tinham de 20 a 24 anos.

“Ajudamos com a logística para tirar eles de lá de longe, meu esposo estava em contato com o clube de futebol, os meninos, a família e com a embaixada, coordenando a saída deles”, disse. Os acolhidos são de Piracicaba, Limeira, Volta Redonda (RJ) e Maceió (AL).

Os atletas voltaram ao Brasil há cerca de 15 dias. Atualmente, Gisele e seu esposo participam de grupos voluntários para auxiliar as pessoas que chegam da Ucrânia. “Na fronteira já passaram 200 mil, entre ucranianos e outras nacionalidades que saem de lá para voltar para casa, como indiano, brasileiro, entre outras”, relatou.

A barbarense conta que 90% dos refugiados que chegam na Eslováquia são mulheres e crianças. “As crianças não entendem muito bem e as mulheres chegam muito assustadas, principalmente porque os homens ficaram para lutar”, disse.

Gisele relata o desespero que vê em pessoas que chegam sem saber o que fazer e para onde ir. De acordo com a barbarense, alguns não conseguem trazer seus pertences em grandes malas, mas em mochilas e com dinheiro trocado no bolso.

FLUXO
A estação de trem em Kosice tem transporte direto para cidades como Viena, Tracóvia e Budapeste, lugares onde o fluxo de refugiados é grande, de acordo com Gisele.

A cidade ucraniana que faz fronteira com a Eslováquia, a Uzhhorod, triplicou a quantidade de habitantes por causa das pessoas que vão para lá fugir do conflito.

“A cidade ainda está calma no ponto de vista de conflito, porém todos os insumos, remédio, alimento, estão em falta porque vão para outras regiões da Ucrânia pra suprir onde tem conflito direto”, disse Gisele.

Gisele Chamorra, que trabalha como coordenadora de RH, mora em Kosice há três anos e conta que se sente anestesiada com a situação vista da Eslováquia.

“É muito diferente, principalmente para brasileiro que não tem esse histórico de guerra (…) o clima é muito pesado”, falou.

Na Eslováquia | Brasileiros têm apoio de barbarense (Foto: Arquivo Pessoal)

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