Os vereadores Marco Antonio Alves Jorge, o Kim (MDB), Judith Batista (PDT) e Welington Rezende (PRP) estão entre os três parlamentares mais gastões dos recursos públicos da Câmara de Americana em 2018.
Rezende é um dos autores do projeto de emenda à LOM (Lei Orgânica Municipal) que pretende reduzir de 19 para 15 o número de vereadores no Legislativo municipal.
Se adotada, a redução chegaria a R$ 5 milhões por legislatura, de acordo com o parlamentar.
Cada gabinete da Câmara tem o custo mensal mínimo de R$ 25,3 mil caso todos os 3 assessores e o estagiário a que o vereador tem direito estejam nomeados.
O valor considera o subsídio bruto dos parlamentares, de R$ 10,3 mil, dos assessores, que varia de R$ 4,4 mil a R$ 5,2 mil brutos, e dos estagiários, que vai de R$ 1 a R$ 1,3 mil.
Kim, Judith e Rezende foram os responsáveis pelas maiores despesas com correspondências, cópias, telefone fixo e móvel e combustível em viagens com veículos oficiais da Câmara.
Na outra ponta, estão os vereadores Dr. Alfredo Ondas (MDB) e Marschelo Meche (PSDB).
Guilherme Tiosso, que se licenciou em novembro do ano passado para assumir o cargo de secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, também figura entre os 3 mais econômicos da Câmara de Americana.
Em 2018, o gabinete de Kim gastou mais de R$ 5,6 mil em correspondências, cópias, telefone fixo e móvel e combustível em viagens com veículos oficiais da Câmara.
As despesas ficaram abaixo do teto estabelecido para o trabalho de cada parlamentar, segundo ele.
Kim, que está em seu quinto mandato consecutivo, declarou que ele e sua equipe gastam muito mais do que o apurado.
“Só o meu telefone celular particular já dá quase os R$ 400 que gastamos da Câmara, fora o combustível do meu carro e do carro da minha equipe. Isso tem uma explicação: nós estamos aqui para trabalhar! Aqui nós trabalhamos de manhã, à tarde, à noite e aos fins de semana. É 24 horas no ar. Não tem hora, não tem dia para atender o cidadão e a grande parte do trabalho não é ficar sentado aqui no gabinete esperando o povo vir”, explicou.
Judith, segundo lugar no levantamento oficial da Câmara, relaciona o alto valor das despesas com o grande volume de trabalho.
“Nossa demanda é muito grande em especial na área da saúde. A gente tem muitos gastos com papeis e principalmente com telefones, pois nós encaminhamos muitos pacientes para Barretos. Até o hospital pede ajuda do meu gabinete sobre a questão do câncer. A gente liga e manda papéis para o Hospital do Câncer de Barretos duas a três vezes por semana. O nosso trabalho é sério, jamais vamos usar o gabinete para gastar com o que não tem necessidade”, afirmou.
Rezende, que fecha o TOP 3, avaliou os resultados positivamente.
“Podendo gastar até R$ 24 mil por ano, o meu gasto foi de R$ 3.852,00, gasto de forma econômica, utilizando o meu próprio carro em todas as visitas e fiscalizações que fiz no ano passado, e atendendo o melhor possível aos munícipes com retornos telefônicos, com a utilização dos celulares particulares de cada assessor e o meu. Somente usamos o fixo quando necessário. Acredito que tivemos um ótimo desempenho tanto nos gastos como no atendimento a todos que nos solicitaram”, disse.
GASTAR POUCO É POSSÍVEL
Para o ex-presidente da Casa, o vereador Alfredo Ondas, esse indicativo de despesas não faz o vereador melhor ou pior. Ele acredita que é possível prestar um bom trabalho gastando pouco.
Em sua gestão, Ondas conseguiu economizar R$ 10,3 milhões em suprimentos não utilizados pela Câmara ao longo do biênio 2017/2018. O valor inclui duodécimos devolvidos e valores não incluídos no orçamento do Legislativo.
“Mas confesso que me preocupo quando se pensa no legislativo apenas como algo a ser reduzido, seja em número de componentes seja em recursos. Penso que deve haver equilíbrio em tudo. O mais importante é que o Poder Legislativo seja forte, atuante e cada vez mais próximo dos verdadeiros interesses das pessoas. O parlamento é a legítima expressão dos interesses do povo”, definiu.
