sexta-feira, 19 abril 2024

Voto feminino tem maior peso no eleitorado da região

Mulheres representam mais de 52% do eleitorado nas eleições deste ano, segundo Tribunal Superior Eleitoral 

MULHERES SÃO MAIORIA | O voto feminino tem a maior representação na região (Foto: Divulgação)

Dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirmam que as mulheres representam mais da metade do eleitorado da região. No entanto, elas ainda são minoria ocupando cargos políticos. Nas eleições deste ano, mais de 386 mil eleitoras das cidades de Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré, Hortolândia e Nova Odessa poderão votar. As mulheres são 52,3% dos eleitores, contra 47,6% dos homens (351 mil). O aumento do eleitorado feminino é de 29% em 13 anos.

Segundo o TSE, o eleitorado feminino totaliza 35 mil pessoas a mais em relação aos homens que votam na região.

Apesar de serem maioria entre os eleitores, as mulheres ainda são minoria quando se trata de candidaturas. Na última eleição municipal, por exemplo, 650 mulheres foram candidatas nas cinco cidades, o que corresponde a 32% das candidaturas. A presença feminina também é minoria entre os eleitos. As mulheres receberam 8,7% dos votos para o cargo de prefeita e 18% para o de vereadora na última eleição municipal na região.

Mesmo minoria em cargos políticos, o número de mulheres entre os eleitores cresce há mais de uma década. Desde 2009, as eleitoras da região já representavam mais da metade do eleitorado: 298 mil mulheres.

Os dados apontam o crescimento do peso do voto feminino durante os anos na região. A participação entre 2009 e 2022 aumentou 29%, ou seja, mais de 87 mil mulheres passaram a ter títulos aptos para votar na região.

“As mulheres, nos últimos anos, têm se engajado mais na participação política, o que atribuo como sendo um reflexo das lutas feministas do final do século passado, e que tem ganhado destaque no começo deste”, observou a geógrafa Isabela Bordignon, da área de cartografia e geografia feminista.

De acordo com a pesquisadora, um dos fatores por trás da maior participação das eleitoras é a própria característica da população, que é composta em sua maioria por mulheres em idade de trabalhar e jovens. “Apesar de sermos a maioria no país, isso não significa que somos a maioria na política”, apontou.

A geógrafa observa que a diferença entre a quantidade de mulheres eleitoras e as eleitas está relacionada a uma interpretação de que homens
e mulheres pertencem a
lugares distintos na sociedade.

“[Entende-se que] o público, o político, é masculino, lugar destinado aos homens, enquanto o privado, o cuidado da casa, e vale destacar a reprodução social e o trabalho doméstico não pago, é feminino, destinado às mulheres”

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