terça-feira, 16 abril 2024

Obra projeta gruta despoluída em 2020

A Gruta Dainese deve deixar de receber esgoto in natura, com a conclusão, prevista para 2020, de um sistema completo de esgotamento sanitário. Serão eliminados seis pontos de lançamento, com a implantação de dois coletores-tronco. Os resíduos interceptados serão tratados na ETE (Estação de Tratamento de Esgotos) Balsa. O projeto está em fase de licenciamento ambiental.

Depois de décadas, a cidade espera receber de volta um dos seus maiores patrimônios ambientais. Com 491 mil metros quadrados, a área tem nascentes, quedas d’água e trechos de mata fechada. Mas o espaço que podia ser um parque público belíssimo sobre com o descarte irregular de lixo, desmatamento, incêndios criminosos e emissão clandestina de esgoto.

O Poder Público ainda tenta contes as agressões ambientais com rondas preventivas de guardas municipais e de agentes ambientais. Mas a missão é complicada. A área é imensa – quase cinco vezes maior que o parque ecológico da Avenida Brasil, por exemplo –, o que dificulta a fiscalização. Nas proximidades, existe uma área de ocupação imensa, o “Zincão”, tomada por submoradias, de onde supostamente procede o esgoto clandestino. Mas o problema é ainda maior. Existem construções em terrenos particulares que não são servidos por redes coletoras. As tubulações improvisadas despejam o esgoto na gleba verde (leia texto abaixo).

VOLUNTARIADO

A anunciada na implantação do sistema deesgotamento sanitário serve de alento. O fato é que, sem investimentos públicos há décadas, a luta pela preservação da área verde depende de esforços voluntários. Moradores da região arregaçam as mangas e trabalham recolhendo lixo, aparando mato, denunciando agressões ambientais e pagando, do próprio bolso, caçambas e basculantes para a remoção do entulho.

Gente como o servidor Donizete Antônio Silveira, de 60 anos, gestor público ligado à coordenação de gabinete da Prefeitura de Campinas. Ele se mudou para Americana há cerca de 5 anos e mora bem perto da gruta. “Quando cheguei, fiquei impressionado de ver que Americana despreza uma gleba verde linda, de potencial imenso”, diz o servidor. ”Qualquer cidade gostaria de ter um patrimônio desses, e o transformar em um parque, uma opção de lazer para a toda a família”.

Despejo irregular vem de lotes particulares

A ocupação irregular de terrenos no entorno não é o único problema da gruta. Existem sim construções em terrenos particulares que nunca foram regularizadas, e portanto com são servidas por redes coletoras de esgoto. Pelo menos quatro residências na Rua Solimões estão nestas condições, e os despejos clandestinos foram constatadas pela própria ronda ambiental da Guarda Municipal de Americana, no começo da semana.

Os moradores que acionaram os guardas, por sinal, não se limitaram a denunciar o caso ao governo municipal. O boletim de ocorrência também está sendo protocolado no Ministério Público, para que a Promotoria atue contra crimes ambientais escancarados. E a denúncia no MP não espera apenas atuação eficiente dos órgãos públicos fiscalizadores. Os denunciantes pedem que seja investigada a participação de uma imobiliária tradicional, que lucra com a locação de imóveis irregulares, fugindo a regras elementares ditadas pelo próprio Creci, o conselho regional do corretores.

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