quinta-feira, 25 abril 2024

Veículos: Gol completa 40 anos de mercado

A fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) expõe um painel gigante em sua fachada. Quem passa pela Rodovia Anchieta vê a traseira de um Gol em destaque, sinal de mantém o prestígio após 40 anos de mercado e 8,5 milhões de unidades produzidas. 

O hatch compacto estreou em maio de 1980 com motor 1.3 a gasolina (42 cv) refrigerado a ar. Não demorou para ser substituído: faltava força e sobrava vibração. 

Após o começo claudicante, a VW acertou o carro e, ao longo dessas quatro décadas, liderou as vendas por quase 30 anos e lançou clássicos da indústria automotiva nacional. 

A linha atual não comporta sonhos de consumo como as antigas versões GT, mas, enfim, oferece câmbio automático de verdade. 

A caixa de seis marchas estreou no segundo semestre de 2018 e deu nova vida ao Gol. 

EVOLUÇÃO DE UM QUARENTÃO | VW planeja nova geração ainda este ano

A opção que dispensa o pedal de embreagem tem motor 1.6 flex com 120 cv, mesma potência do GTI 2.0 de 1989. Apesar da proximidade dos números, o Gol mais caro dos dias de hoje não tem a mística do topo de linha de 21 anos atrás. Trata-se de um carro racional, com acabamento simples e bom desempenho. 

A avaliação começa com uma decepção: o ajuste de altura do banco continua ruim. O motorista aciona uma alavanca e sente o assento se inclinar para trás. É preciso erguer o corpo para encontrar uma boa posição ao volante. Passado o primeiro desafio, vem a parte boa: completo, o Gol avaliado tem sistema multimídia que se conecta a smartphones, comandos de som no volante, piloto automático e rodas de liga leve. Todas as janelas trazem acionamento elétrico, bem como os retrovisores e as travas das portas. 

O preço começa em R$ 61,4 mil, porém, com todos os itens disponíveis, o valor do Volks chega a R$ 65.870. Não é pouco, mas mantém o modelo competitivo. Com os mesmos itens, o Renault Sandero 1.6 automático é anunciado por R$ 68,4 mil, mas oferece quatro airbags (há apenas dois no Gol), controle eletrônico de estabilidade e ar-condicionado com ajuste automático. 

Após achar a melhor posição possível ao volante, o motorista do Gol descobre que o carro está em sua melhor forma. Bem disposto e bom de curva, o compacto VW mostra que suas qualidades vão além de uma mera compra racional. 

O desempenho é equivalente ao do Polo 1.6 automático, que custa entre a R$ 66 mil e R$ 70,7 mil. Embora seja mais caro, é também mais moderno: sua plataforma MQB o coloca no mesmo nível dos Volks vendidos na Alemanha. 

Já o Gol é coisa nossa, nasceu e cresceu no Brasil. Uma nova geração está perto de ser revelada, apesar de a pandemia do novo coronavírus ter modificado cronogramas. 

O novo cenário deve tornar o compacto da Volks ainda mais importante, pois é provável que projetos locais de menor custo ganhem força. Há outros 40 anos pela frente. 

HATCH SURGIU COM MISSÃO DE SUBSTITUIR FUSCA 

Com vendas em baixa no fim dos anos 1970, o Fusca precisava de um substituto. Enquanto na Europa nascia a primeira geração do Golf, a Volkswagen do Brasil apostou em uma solução caseira. 

RENOVAÇÃO EM QUATRO DÉCADAS | As versões lançadas desde 1980

Usou o motor 1.3 do Fusca refrigerado a ar e instalou na frente de uma carroceria mais moderna. Nascia, assim, o Gol em maio de 1980, que conviveu com o antecessor até 1986. 

O modelo foi fazer sucesso mesmo ao receber o motor 1.6 e ao constituir família: dele nasceu o sedã Voyage, a perua Parati e a picape Saveiro. 

A segunda geração veio em 1994, o famoso Gol “Bolinha, um ano após o Fusca ter voltado à produção entre 1993 e 1996. 

A terceira e atual chegou em 2008 com mecânica mais moderna baseada no Polo europeu da época. 

O futuro do Gol ainda uma incógnita. Longe do sucesso que fazia há alguns anos, o modelo pode virar um SUV pequeno, que tiraria de cena também o Up e o Fox no ano que vem.  

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