A Pádua Livraria & Café encerrou ontem suas atividades no interior da Basílica Santo Antônio de Pádua, em Americana. O proprietário do comércio, Carlos Fernando Martins, foi apontado como um dos últimos amigos do padre afastado Pedro Leandro Ricardo no santuário. O padre está fora da basílica desde janeiro, após virem à tona investigações sobre supostos crimes financeiros e sexuais que ele teria cometido contra menores. Ele nega.
A instalação da livraria no interior da basílica, em 2015, é citada em um dossiê de 64 páginas que serviu de estopim para o início das investigações da Polícia Civil. Segundo a denúncia, a igreja teria custeado os móveis da livraria e os custos de abertura do comércio. O dossiê – cuja veracidade ainda é objeto de apuração – aponta ainda que o padre teria se beneficiado pessoalmente com a venda dos livros e artigos religiosos, por meio de repasses financeiros supostamente feitos pelo empresário.
Martins nega relação entre a saída da livraria e as investigações, e garante que seu negócio foi conduzido dentro da legalidade. “Fui convidado para dar início a um projeto nacional e não tenho mais tempo. Portanto, pedi a saída, mas nada a ver com os acontecidos lá”, declarou.
Três funcionários que atuavam na livraria foram alocados em outros projetos, segundo Martins, que pretende retirar o estoque e as instalações na Basílica em aproximadamente uma semana. “Com fins de finalização do contrato tácito entabulado com a antiga administração da Basílica, providenciaremos, em companhia de membros do CAE (Conselho de Assuntos Econômicos) e da atual administração, a competente vistoria do imóvel, devidamente liberado no prazo acima”, redigiu em ofício destinado ao padre Alex Turek, novo administrador do santuário.
