quarta-feira, 24 abril 2024

Prefeitos da região apelam por mais médicos

Reunidos na manhã de ontem, em Campinas, prefeitos e representantes de cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) optaram por enviar uma “moção de apelo” ao Governo Federal, ao Ministério da Saúde e ao Gabinete de Transição Presidencial, sobre a saída dos médicos cubanos do Programa “Mais Médicos”.

Apesar de o Governo ter aberto edital que prevê a contratação de 119 médicos para 12 cidades da RMC, o Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana, que integra os prefeitos dos 20 municípios, pede “providências imediatas” para a reposição dos profissionais.

A saída dos médicos cubanos do programa deve afetar o atendimento a 3,2 milhões de moradores da região, de acordo com estimativas do próprio grupo. O programa abriu 119 vagas e 12 municípios estão na lista para receber substitutos dos profissionais.

No texto, assinado pelo presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC, o prefeito de Nova Odessa, Benjamin Bill Souza (PSDB), a moção de apelo destaca a urgência do pedido.

“A súbita decisão surpreendeu tanto as administrações municipais quanto os pacientes e deixa, por exemplo, somente no município do Hortolândia, um saldo de 800 consultas desmarcadas/dia. Em Nova Odessa, oito profissionais cubanas atendiam, em média, 160 pacientes/semana, deixando um déficit total de 1.280 consultas/semana. Monte Mor é outra cidade que foi gravemente afetada, uma vez que o sistema público de saúde do município dependia, quase em sua totalidade, dos profissionais do Programa. Em Campinas, a decisão representa uma queda de 52%, mais da metade dos médicos alocados, já que, dos 87 médicos do projeto, 46 são cubanos”, reclama o texto.

Bill classificou o déficit de profissionais como um “evento trágico” que, “além de desempregar milhares de profissionais que foram fundamentais ao serviço de saúde no Brasil, coloca outras milhares de pessoas em risco de vida”.

CANCELAMENTO DE CONSULTAS
Em Nova Odessa, todas as consultas agendadas foram canceladas e está sendo feito uma reprogramação dos atendimentos.

“Hortolândia contava com 26 profissionais do Programa Mais Médicos, sendo que 18 são cubanos e encerraram o contrato de trabalho nesta semana. São 800 consultas desmarcadas só nesta quinta-feira. A nossa população não pode pagar esse preço”, afirmou o prefeito Ângelo Perugini (PDT).

Em Monte Mor, os impactos também estão sendo sentidos. “A saída dos médicos cubanos está sendo imediata e a falta de profissionais já é sentida nos municípios. Nossa região é importante para o Estado de São Paulo e para o Brasil e, neste sentido, encaminharemos a carta de apelo para que os postos de trabalho possam ser preenchidos o mais breve possível para que a população não seja prejudicada”, disse o prefeito Thiago Assis (MDB).

Presentes na reunião, os representantes das cidades de Americana, Sumaré, Pedreira e Indaiatuba também foram favoráveis ao documento encaminhado ao governo.

Na moção de apelo, Bill ainda destaca o porte da região frente ao Estado e ao País. “Trata-se da segunda maior região metropolitana do Estado de São Paulo em população, com mais de 3,2 milhões de habitantes, e que gerou 8,9% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual em 2015. Distribuída em uma área total de 3.791,79 quilômetros quadrados, a população da Região contribuiu com um PIB de R$ 173.002.359,00”.

 
 

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