Uma investigação por suspeita de estelionato levou a Polícia Civil, em Vinhedo, a prender em flagrante um casal que manteve em cárcere privado, por 20 anos, uma mulher de 63 anos, moradora do Paraná, que era dada como desaparecida desde 1996.
Além do cárcere, a vítima era mantida em situção análoga à escravidão, sem pagamento e cuidando de outra moradora da casa, uma senhora acamada, de 88 anos, mãe de um dos presos, sob acusação de cárcere. A Polícia foi ao local porque uma vítima recebeu cheque sem fundo em nome da mulher encarcerada.
O casal preso tinha aberto uma conta bancária em nome dela, sob pretexto que era para acertar os vários anos trabalhados sem remuneração, mas invés disso passou aplicar golpes no comércio. O casal, identificado como Écio Pilli Júnior, 47 anos, e Marina Okido, 65, foi preso ao chegar em casa para saber o que ocorria em relação ao cheque. A ação policial serviu a encarcerada contar sua situação. Ela pediu socorro aos policiais, disse que se empregou na casa ao vir do Paraná e que a situação de foi normal, com recebimento de salário, até a morte do patriarca da família.
Após, segundo ela, há cerca de 18 ou 20 anos, o casal começou com abusos, privações e ameaças, que ela não conseguiu se livrar, até a oportunidade que teve com a chegada da Polícia na casa. “Não era permitido a mulher sequer deixar o quintal, um absurdo”, disse um dos policiais. Foi constatado que tanto a vítima de cárcere quanto a mulher que ela cuidada viviam em más condições, com privações até de alimentos.
Um Boletim de Ocorrência localizado em pesquisa feita na Delegacia indicou que a mulher encarcerada constava como desaparecida, no Paraná, desde 1996. Ela foi encaminhada para um abrigo público e em breve deve reencontrar a família. Por estar muito debilidade, a senhora que era cuidada pela encarcerada foi encaminhada para a Santa Casa de Vinhedo e ficou em observação.
O casal foi atuado por sequestro e cárcere privado pela delegada Denise Margarido, titular de Vinhedo. A delegada pediu à Justiça a prisão preventiva de ambos e, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, a prisão por tempo indeterminado foi decretada, ontem (25), após Audiência de Custódia, ocorrida no Fórum de Jundiaí. Não foi informado pela Polícia ou pela Justiça em quais Unidades Prisionais os acusados foram recolhidos.
