sexta-feira, 19 abril 2024

Crimes sexuais aumentam na região

Ao contrário dos homicídios, roubos a bancos, de cargas e latrocínios, que tiveram quedas em todo Estado e também na região no ano passado, segundo estatísticas oficiais, os casos de crimes sexuais registrados na região cresceram quase 12% em 2019. 

Somente nas cidades de Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia foram registrados nada menos que 179 casos de violência sexual entre janeiro e dezembro do ano passado. O número é 11,8% maior que os 160 casos contabilizados em 2018, segundo os dados oficiais do governo paulista. 

Uma das faces mais cruéis desse panorama é que a maior parte das vítimas de crimes sexuais é de pessoas vulneráveis – menores de 14 anos ou adultas incapacitadas de se defender. Em 2019, foram 132 vítimas vulneráveis (o que significa 73,7% dos 179 casos registrados). Em 2018, as vítimas vulneráveis foram 103, ou 64,3% dos 160 registros de estupros do período. 

Na comparação dos números entre as cinco cidades da região, entre o ano passado e 2018 só em Sumaré houve queda nos casos de importunação sexual. Foram 50 casos em 2019, contra 55 no ano anterior. Americana manteve o mesmo número de casos (29) nos dois anos. Nas demais cidades, as ocorrências cresceram. De 4 para 10 (150%) em Santa Bárbara d’Oeste, de 9 para 16 (77,7%) em Nova Odessa e de 63 para 74 (17,4%) em Hortolândia. 

A queda em de 9% dos casos registrados em Sumaré e a estabilidade nos casos em Americana, no entanto, estão longe de causar qualquer tranquilidade. A incidência desse tipo de crime em ambas continua inaceitável. 

Para a especialista em Segurança Teresinha de Carvalho, que foi a primeira Delegada da Mulher de Campinas, e hoje palestrante e professora da Academia da Polícia Civil, a instituição do estupro de vulnerável no rol de crimes contra a liberdade sexual fez aumentar as estatísticas porque na mente das pessoas, estupro era só quando ocorria conjunção carnal. 

Já a professora de Antropologia e coordenadora da Secretaria de Vivência nos campis da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Susana Durão, acredita que o aumento do registro de crimes tenha a ver com campanhas e movimentos de conscientização dos direitos das mulheres. “Mas isso também pode revelar desigualdades profundas entre homens e mulheres na sociedade brasileira, fazendo incidir sobre as mulheres crimes sexuais e violência de gênero”, acrescentou a professora. 

OUTROS CRIMES 

No mesmo período analisado pela SSP, houve diminuição no número de assassinatos nas cinco cidades. O número de vítimas caiu de 78 para 54 entre um ano e outro. Da mesma forma, caíram os roubos a banco, o roubo de cargas, e os roubos seguidos de morte. Para o comando das corporações policiais, o policiamento preventivo – que retira armas das ruas – serve para inibir a ação de bandidos. A SSP divulgou números que comprovam a eficácia das operações. 

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