A Polícia Civil deflagrou, nesta quinta-feira (24), a Operação Reciprocidade, conduzida pelo 11º Distrito Policial de Campinas. O objetivo da operação é desarticular uma célula criminosa suspeita de envolvimento em diversos crimes, como assaltos, extorsões via PIX, ameaças e associação criminosa.
Foram expedidos 27 mandados judiciais, sendo 15 de prisão temporária, com prazo de 30 dias, e 12 de busca e apreensão. Sete pessoas foram presas por conta dos mandados de prisão cumpridos nas cidades de Campinas, São Paulo e Embu das Artes, na Grande São Paulo. Também havia ao menos um alvo em Sumaré, mas ele não foi localizado. Além disso, durante as buscas um homem foi preso em flagrante por estar dirigindo um caminhão com 2 toneladas de cobre, possivelmente produto de furtos.
Segundo a Polícia Civil, a investigação começou há aproximadamente um mês, quando um representante comercial procurou a corporação, relatando ter sido assaltado em um estabelecimento comercial que, teoricamente, também seria alvo dos criminosos.
Ele relatou que, além de ter o carro e as mercadorias levadas, também foi vítima de extorsão, pois foi obrigado a realizar diversas transferências bancárias via PIX. Na sequência, equipes do 11º Distrito Policial localizaram o veículo da vítima, com quase todas as mercadorias que haviam sido roubadas. A partir daí, iniciaram-se as investigações.
Algo inusitado relatado por uma vítima chamou a atenção da Polícia Civil. Segundo a vítima, durante um assalto, a dona do estabelecimento que estava sendo assaltado cochichou com um dos assaltantes, e depois ainda teria recebido uma quantia em dinheiro de um deles. “Os comerciantes, na verdade, não eram vítimas, eles eram integrantes e associados aos roubadores. Com emprego de arma de fogo, violência e humilhação, submetiam suas vítimas a perdas patrimoniais, a roubos, bem como as extorsões”, explica o delegado do 11º Distrito Policial de Campinas, Sandro Jonasson.
Segundo o delegado, boa parte dos crimes ocorreu na região do Jardim Bassoli, em Campinas, e teve como alvo representantes comerciais. Ainda não se sabe quantas pessoas foram vítimas dos criminosos, nem quando os crimes começaram.
Além dos executores dos crimes, comerciantes e outras pessoas envolvidas no esquema recebiam comissões por atrair as vítimas, que então eram assaltadas. “Não se tratava de valores pequenos, eram quantias na ordem de 15, 20, 30 mil reais. Um dos “conteiros” chegou a receber 47 mil reais. E, sob a ótica da polícia, integram a associação criminosa. Essas pessoas deveriam ter a noção mínima de que 47 mil reais não caem do céu. Quando o dinheiro cai na sua conta e você não sabe de onde vem, você deve, no mínimo, desconfiar. Ou seja, sob a ótica da polícia, essas pessoas não podem alegar ignorância”, disse Jonasson.
A Polícia acredita que os líderes do grupo sejam de Campinas. As investigações continuam, e a corporação segue buscando os alvos que não foram localizados nesta quinta-feira.
