quinta-feira, 18 abril 2024

Pai que jogou bebê por cima do muro pega 20 anos de cadeia em SBO

O funileiro Diogo Aparecido Machado, de 26 anos, foi condenado ontem a 20 anos de reclusão inicialmente em regime fechado por ter arremessado sua própria filha, uma criança de apenas 17 dias, por cima de um muro vizinho da casa onde residia com a mulher, em pleno Dia das Mães do ano passado, em Santa Bárbara d’Oeste. O bebê sobreviveu à queda, da altura de 2,5 metros. 

A condenação do acusado, por tentativa de homicídio triplamente qualificado, foi definida ontem no início da noite, após mais de seis horas de júri popular na 1ª Vara Criminal do Fórum de Santa Bárbara. A sentença foi proferida pela juíza Camilla Marcela Ferrari Arcaro, que presidiu o julgamento. 

O crime foi cometido por Machado no dia 13 de maio de 2018, contra a filha de Machado, a recém-nascida M.J.A.M., após uma discussão entre ele e a esposa (e mãe do bebê), a ajudante de cozinha Alice de Araújo, 20 anos, na casa da família, no bairro São Joaquim. 

O réu, que está preso em Tremembé, São Paulo, foi denunciado pelo MP (Ministério Público) por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, com emprego de meio cruel, contra a mulher, envolvendo violência doméstica, contra pessoa menor de 14 anos, e na presença de ascendente da vítima. 

Atuou na acusação o promotor Rodrigo Aparecido Tiago. Ele afirmou, após a sentença, que “era o que se esperava diante da gravidade do fato cometido pelo acusado”. O júri acatou todas as teses da Promotoria e refutou os argumentos da defesa. A advogada do funileiro, Joyce Correia de Souza, disse que vai recorrer da sentença. 

A mulher dele, Alice de Araújo, que acompanhou o julgamento, se disse tranquila. Sobre perdoar o marido, como chegou a ser comentado no júri, ela declarou: “eu não tenho que perdoar ele, o perdão vem de Deus”. 

Sobre o relacionamento, ela afirmou que ainda não conversou com ele (marido) sobre o futuro. Além da filha, que está bem, ela tem um menino de seis anos, de outro relacionamento. 

O pai de Diogo, o motorista José Cláudio Machado, afirmou que o filho está bastante arrependido do que fez e a família está triste. “Por causa da bebida, foi uma coisa de momento, não tem explicação. Graças a Deus ele está bem, se batizou na igreja evangélica e vai continuar a vida dele, mas primeiro tem que pagar pelo ato praticado”. 

Covardia ocorreu em pleno Dia das Mães 

O crime ocorreu em 13 de maio de 2018, quando a família comemorava o Dia das Mães, na residência da Rua Águas de São Pedro, 251. 

No dia, por volta de 13h45, o réu chegou embriagado em casa e começou a discutir com a mulher. Em certo momento, o criminoso retirou a filha dos braços da mãe e a arremessou sobre o muro de 2,5 metros de altura. O bebê caiu no chão, em cima de areia e cimento, na casa de um vizinho. Antes, a criança chocou-se contra uma janela na casa. 

A testemunha V. E. G., proprietária de imóvel vizinho onde a criança foi arremessada, imediatamente a pegou nos braços e entregou para a mãe. A menina foi socorrida por ela e populares até o Pronto-Socorro Dr. Edison Mano, na Vila Maria, para exames complementares, com suspeita de traumatismo craniano. 

Posteriormente, foi transferida para o Hospital Estadual de Sumaré, onde permaneceu internada até o dia 21 de maio de 2018. O vizinho estava no quarto dele quando viu um cobertor de criança arremessado e logo ouviu gritos: “jogou a criança!”. Quando saiu no corredor de sua casa, se deparou com a bebê caída sobre areia e concreto de construção. 

Quando a Guarda Municipal chegou ao local, o pai da menina estava trancado em um cômodo da casa, já que moradores queriam linchá-lo. O funileiro foi preso em flagrante. O crime é inafiançável. Em seu último depoimento, Diogo admitiu todos os fatos, dizendo que bebeu e que se arrependeu de ter jogado a filha sobre o muro. 

Um dos parentes da bebê disse, à época, que o acusado teve envolvimento com álcool no passado e, depois de dois anos, tinha voltado a beber no dia que aconteceu o caso. Contou também que, até então, tratava bem a vítima e não tinha discussões com a mulher na proporção da que ocorreu no dia do crime.

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