quinta-feira, 25 abril 2024

Polícia prende segundo suspeito de torturar adolescente em supermercado

A Polícia Civil prendeu, neste sábado (7), o segundo suspeito de torturar um adolescente em um supermercado na zona sul da capital paulista. Waldir Bispo dos Santos, 49 anos, se apresentou na Deatur (Delegacia de Apoio ao Turista), o 2ª DP do aeroporto de Congonhas (zona sul), e foi encaminhado ao 80º DP, na Vila Joaniza, onde a investigação corre em segredo de Justiça. A agressão foi no mês passado, quando o garoto teria furtado chocolates.

Santos é o segundo segurança preso por envolvimento no caso. O primeiro, Davi de Oliveira Fernandes, foi detido nesta sexta-feira (6). Os suspeitos eram seguranças do supermercados Ricoy. O chicote, que teria sido feito de fios entrelaçados de energia, cortou as costas da vítima e deixou marcas. Um vídeo de 40 segundos mostrou as agressões.

No vídeo, o adolescente é chicoteado nas costas e se contorce de dor a cada novo golpe recebido. O vídeo da sessão de tortura acabou nas redes sociais e forçou a polícia a abrir um inquérito na segunda-feira (2). Segundo o delegado Pedro Luís de Sousa, do 80° DP, responsável pelo caso, o segurança preso neste sábado tem histórico de lesão corporal contra mulher. O outro, por apropriação indébita.

Na quarta-feira (4), o delegado afirmou acreditar que o caso não foi isolado -há mais duas investigações de possíveis torturas, uma delas contra um menino. “Acho que o chicote foi usado outras vezes [dentro do supermercado], já que pequenos furtos são corriqueiros no local.” O titular do 80° DP afirmou ainda que o crime de tortura, em que os dois seguranças são acusados, é inafiançável, imprescritível e não pode nem ser perdoado mediante indulto oferecido pela Presidência da República.

RESPOSTAS

Em nota enviada no início da semana, a KRP Valente Zeladoria Patrimonial, que fazia a segurança do supermercado, lamentou os “horríveis fatos” atribuídos aos dois seguranças. “Ambos já foram desligados da empresa”, afirmou. O grupo Ricoy contratou uma assessoria para mediar a crise na imagem do negócio, que possui 50 lojas espalhadas pelos extremos das zonas sul e leste da capital paulista.

A rede classificou de falsa e descabida a afirmação de que usa métodos escusos para tratar de casos de furto em suas lojas. “O grupo jamais estimulou a violência, a discriminação, a coação, o constrangimento ou a força desmedida e desnecessária. Qualquer um desses métodos são inaceitáveis nesta ou em qualquer época”, afirmou em nota.

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