quinta-feira, 18 abril 2024

Ativistas organizam ato para cobrar Cauê Macris

Ativistas do grupo Nação Vegana Brasil organizam para domingo um ato em São Paulo com o objetivo de cobrar do presidente da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), o deputado Cauê Macris (PSDB), um posicionamento sobre a retirada do projeto de lei que proíbe o transporte de animais vivos nos portos do Estado de São Paulo. Conhecido como “PL dos Bois”, o texto foi retirado da pauta da Assembleia na última terça-feira, o que fez com que manifestantes fechassem as saídas do local em protesto.
De acordo com a ativista e integrante do Nação Vegana, a americanense Jaqueline Forner, que também é a organizadora da feira vegana “Mas Nem Peixinho?”, inicialmente a ideia era realizar o ato em Americana por ser a cidade natal de Cauê. No entanto, a manifestação foi transferida para a Capital para que o grupo possa “localizar” o deputado. O local ainda não está definido.
“Como descobrimos que ele (Cauê) não reside mais aqui em Americana, que ele está residindo em São Paulo, a gente resolveu mudar o manifesto e fazer em São Paulo. (…) Não temos como divulgar o local por uma questão de que vamos tentar achar o Cauê. Intenção é procurar onde ele está, para que sinta a pressão”, afirmou Jaqueline.
Caso o grupo não encontre o deputado, a ideia é que o ato ocorra da mesma forma para “informar a população”. Nesse caso, também, o local segue indefinido.
Apesar de o objetivo ser conseguir a votação da PL antes de outubro, o ato tem como foco principal o presidente da Alesp. Na visão do grupo, o deputado teria “manobrado” para retirar o projeto da pauta e “favorecer pecuaristas”.
“O ato é centralizado na figura do Cauê porque ele é o presidente e manobrou, deu um golpe na Alesp para não pautar o PL. Com certeza impactaria em relação aos pecuaristas”, afirmou Jaqueline.
Um evento foi criado no Facebook com o nome de “Ato Pelo Fim da Exportação de Animais Pelos Portos – São Paulo”, para reunir os ativistas.
Até o fechamento desta edição, 102 pessoas haviam confirmado presença no ato, enquanto 477 marcaram interesse.
O grupo espera que ao menos 50 pessoas compareçam de fato.
“PL DOS BOIS”
O PL 31/2018, de autoria do deputado Feliciano Filho (PRP), foi apresentado em fevereiro deste ano e recebeu parecer favorável nas comissões de Constituição e Justiça, Finanças e Meio Ambiente.
Tecnicamente, o projeto pode ser votado desde o dia 5 de julho.

 

O OUTRO LADO 

A reportagem do TODODIA procurou a assessoria de imprensa de Cauê Macris (PSDB) para comentar o caso. Foi informado que o deputado não se manifestaria sobre o ato.
Sobre a tramitação do PL, a assessoria encaminhou uma nota explicando o processo.
“O PL 31/2018 é uma proposta nova na Casa. Como presidente, Cauê colocou para votar a proposta de regime de urgência. Depois, convocou o Congresso de Comissões, por duas vezes para que ele fosse votado nas comissões – sem isso o projeto ainda estaria parado. Depois, por duas vezes ele levou o projeto ao Plenário para votação. Como temos um grande número de deputados contrários à proposta, eles obstruíram as sessões. Acontece que essa pauta acabou travando outras pautas importantíssimas para o Estado. Com isso essa semana o presidente colocou o tema em discussão novamente no Colégio de Líderes. A maioria dos líderes (que representam 53 deputados) optaram, de forma coletiva, que matérias que não possuam consenso – e aí está incluído o PL 31/2018 – só devam ser deliberadas em novembro”, traz o texto.
Em sessão do dia 27 de junho, o autor do “PL dos Bois”, Feliciano Filho (PRP), chegou a agradecer Cauê por “cumprir o acordo” e levar o projeto ao plenário. O deputado ainda criticou outros parlamentares que se ausentaram.
“Quero fazer justiça ao nosso presidente Cauê Macris, que cumpriu o acordo. Agradeço vossa excelência. O que o senhor combinou comigo e combinou com os 40 protetores (dos animais) aquele dia, você cumpriu hoje”, disse Feliciano, na época.
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