quarta-feira, 24 abril 2024

Emprego está cada vez mais raro

As demissões na indústria continuam crescendo na região. A mais recente pesquisa mensal “Nível de Emprego Industrial” do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Americana, que engloba também Nova Odessa e Cosmópolis, aponta resultado negativo de -1,58% em agosto. Isso significa que no mês houve queda de aproximadamente 500 postos de trabalho entre as cerca de 3.500 indústrias dos mais variados segmentos que integram a base da Diretoria Regional do Ciesp Americana.

 

Se forem contabilizados os oito primeiros meses de 2018, o saldo acumulado é de -5,06%, representando 1.750 demissões a mais do que contratações.

 

Caso o período analisado seja ampliado para os últimos 12 meses, desde agosto de 2017, a queda é ainda maior: saldo negativo de 10,19%, ou aproximadamente 3.700 postos de trabalho a menos, de acordo com o Ciesp. Os números do mês de agosto foram influenciados em grande parte por variações negativas nos setores de Produtos Têxteis (-3,75%) e Máquinas e Equipamentos (-1,27%).

 

O cálculo do indicador da região é feito com base em metodologia própria do Ciesp, que pesquisa mensalmente entre suas aproximadamente 100 indústrias associadas o saldo entre contratações e demissões.

 

Só no setor têxtil (tecelagens, fiação, malharias, lavanderias, etc.), que emprega mais da metade (53%) dos trabalhadores das indústrias dessa região, a queda no nível de emprego nos últimos 12 meses alcança -19,89%. Situação ainda mais trágica é verificada no segmento de “Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos”, onde a variação acumulada de agosto de 2017 a agosto de 2018 é de -32,23.

 

Na análise de Carlos Frederico Faé, diretor titular da Regional do Ciesp Americana, além da crise econômica em si, a retração na atividade industrial mostrada pelos números é resultado também do quadro de instabilidade política, principalmente com a nebulosa disputa eleitoral, tanto no âmbito nacional, quanto no Estado de São Paulo.

 

“O ano é de eleições e isso gera muitas dúvidas na indústria. A retomada requer investimentos, mas há uma incerteza sobre quem serão nossos governantes, o quadro está bagunçado. E com isso a indústria se retrai, não há confiança, e muitas empresas acabam tendo de adequar seus quadros a uma produção menor, reduz turnos, ocorrem demissões”, explica o diretor.

 

De fato, os números mostram que neste ano eleitoral a queda no nível de emprego vem se acentuando. Quando comparados isoladamente os meses de agosto dos anos de 2017 e 2018 na pesquisa mensal do Ciesp, o cenário mostra um agravamento da situação, pois em agosto do ano passado o resultado tinha sido praticamente estável (-0,03%).

 

Na opinião do diretor, a tendência é de que o nível de emprego continue com índices negativos ainda pelos próximos meses. “Pelo histórico, a tendência é continuar negativo até o final do ano. O resultado das eleições indicará um otimismo maior ou menor. Mas, hoje, a dúvida é: qual caminho vamos seguir?”, pondera Carlos Faé.

 
Instabilidade deve continuar até dezembro

A tendência é que as demissões aumentem na RMC (Região Metropolitana de Campinas) até o final do ano por conta das indefinições das eleições e da conjuntura da economia mundial. A Avaliação é do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) Campinas.

 

As pesquisas mensais Nível de Emprego, Balança Comercial Regional e Sondagem Industrial, apresentadas pelo Ciesp e Facamp, apontam que, em agosto, a indústria da região de Campinas teve 350 demissões. Isso contrasta com as 1,1 mil admissões em julho. No acumulado de janeiro a agosto, o saldo ainda é positivo em 1,9 mil contratações.

 

Na avaliação do diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, levando-se em conta as crescentes indefinições políticas e a conjuntura econômica mundial, os próximos meses tendem a manter essa oscilação no nível de emprego, com tendência ao aumento no número de demissões. “Espero estar errado, mas esse quadro que se mantém nos últimos meses, alternando demissões e contratações na indústria da região de Campinas, pelas razões já expostas, tende a prosseguir até o final do ano”, avaliou Corrêa.

 

Com relação à Sondagem Industrial, o economista da Facamp, José Augusto Ruas, afirmou que os dados mostram que “as empresas estão andando de lado – alguns momentos positivos, outros negativos”. Com relação as vendas, as respostas apontam para um quadro de estabilidade, um pouco melhor, mas nada extraordinário, explica o economista.
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