sexta-feira, 19 abril 2024

O perdão tem limite?

Desde cedo nos é ensinado a necessidade em praticar o perdão e o buscamos fazer ao longo da vida. Mas existem situações as quais nos deparamos e que se torna quase impossível perdoar. Imagine-se em uma recorrente, onde você se esforça, dá o melhor de si, as pessoas erram com você frequentemente, continuam a errar, e você perdoando. Chega uma hora que se torna insustentável e sentimos que não dá pra seguir adiante, não é mesmo? E esta situação pode ser das mais diversas: relacionamento amoroso, trabalho, questões familiares e afins.

Diante disso, precisamos nos questionar se há limite ao perdão. Há circunstâncias em que é melhor pôr um fim à dor ou empregar uma resposta mais energética para seguir adiante. Não se trata de guardar mágoa ou ser rancoroso, mas sim, não deixar ser espezinhado pelo outro sem esboçar reação.

Ser passivo demais, às vezes, dá margem para que o outro cometa sempre os mesmos erros e se sinta nesse direito. Afinal, você é uma boa pessoa e irá entender.

Difícil mesmo é encontrar equilíbrio quando esta é a questão. De tanto que o perdão foi pregado, enquanto mandamento religioso, colocamos um peso enorme sobre a palavra e tememos não o praticar. Mas o que tem de tão errado em não aceitar as desculpas do outro indivíduo? Nos tornaremos melhores ou piores por isso? Não acredito que isso defina o que é ser bom ou ruim. É preciso medir a situação e realizar a melhor escolha, sem culpa.

Pessoas erram o tempo todo. Na maioria das vezes, buscando o melhor para si, esquecendo que ao redor existem outras que podem ser afetadas. Se todos nós buscássemos enxergar o outro, não conviveríamos com tais questionamentos.

Aliás, precisamos parar de empregar tanto significado sob palavras. Carregamos eles de gerações a gerações, sem que nos perguntemos se realmente existe essa necessidade. Sobre a questão religiosa, me desculpem os mais chegados, mas não dá pra se comparar a Jesus ou se equiparar à figura dele e atos praticados.

Tentar isso é viver uma vida inteira se amargurando pelos erros cometidos e mandamentos quebrados. Talvez o perdão venha despretensiosamente, com o tempo e sem que nos pressionemos para isto.

Já percebeu que, quando deixamos o tempo agir, tudo muda e muito do que antes fazia sentido, agora já não faz? Pois bem, talvez o perdão more aí. Na liberdade em deixar as coisas irem e a vida fluir, sem intervenções e comparações com o religioso.

Afinal, eu sou o Marcos, você a Mariana, o Fernando, a Heloíse, a Maria Angela, o Rafael, o Antonio. Não importa o seu nome, você é você, e o que carrega consigo. Tente levar a vida mais leve e não se cobre tanto sobre o perdão. Mais do que praticá-lo, você precisa senti-lo. E se isso não acontecer, tudo bem também. Já existem cobranças demais mundo afora para que nos cobremos em excesso.

Se existe limite para o perdão? Sinceramente, eu não sei. O que sei é que devemos viver e deixar que os sentimentos fluam e sejam expostos quando preciso.

Escrito por: Marcos Barbosa

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