quarta-feira, 24 abril 2024

Palmeiras anuncia Mano Menezes como novo técnico

Mano Menezes, 57, é o novo técnico do Palmeiras. O clube anunciou a contratação na manhã desta terça-feira (3), um dia após a demissão de Luiz Felipe Scolari, 70. O ex-treinador do Cruzeiro estava desempregado desde sua saída do time mineiro, em 8 de agosto. O contrato do treinador com o Palmeiras vai até o fim de 2021. Chegam com ele o auxiliar Sidnei Lobo e o preparador físico Eduardo Silva (o Dudu).

Apesar de ser o atual bicampeão da Copa do Brasil, com o Cruzeiro, Mano pediu demissão do clube mineiro após uma sequência pior que a que tirou Felipão do time alviverde.

No início de agosto, após a derrota por 1 a 0 para o Internacional na ida da semifinal da Copa do Brasil, o Cruzeiro acumulava apenas uma vitória em 18 jogos disputados e somava apenas dez pontos em 13 rodadas do Campeonato Brasileiro (então antepenúltimo colocado).

Foi então que seu atual treinador comunicou sua decisão de deixar o cargo à diretoria, investigada pela Polícia Civil por denúncias de lavagem de dinheiro, falsidade de documentos e falsidade ideológica.

Felipão saiu de seu clube sobretudo por conta do desempenho após a Copa América: eliminações na Copa do Brasil e na Libertadores e 23,8% de aproveitamento no Brasileiro (contrastantes com os 92,5% de antes da parada no campeonato).

No geral, neste ano, Mano somou 55,5% de aproveitamento, contra 66,6% de Scolari.

Se não é o retrospecto mais recente que seduz o Palmeiras, o estilo de jogo e a fama de “copeiro” conquistada em Belo Horizonte aproximam Mano de uma inédita passagem pelo time alviverde.

Foi com ele que o Cruzeiro conseguiu duas Copas do Brasil, em 2017 e 2018, respectivamente o quinto e sexto título da competição da equipe.

Na campanha do bi, sofreu seis gols, marcou dez, não foi batido dentro de casa e perdeu apenas um jogo, a volta das quartas de final para o Santos, quando conseguiu a classificação nos pênaltis.

Em 2017, o time de Mano teve que passar por duas decisões por pênaltis (final e semi), uma vitória pelos gols marcados fora de casa (quartas) e dois triunfos por um gol de diferença para conquistar o troféu.

O futebol pragmático, com segurança defensiva e sabendo lidar com adversidades, deu ao treinador o status de copeiro.

Com ele, o Cruzeiro podia não ter a regularidade necessária para brigar pelo título do Campeonato Brasileiro (foi 5º em 2017 e 8º em 2018), mas soube empatar quando necessário e conquistar as vitórias por um gol de diferença (quatro nas duas campanhas) suficientes para levantar troféus nacionais de mata-mata.

E este é um aspecto caro ao torcedor palmeirense, que viu seu time campeão brasileiro duas vezes nos últimos quatro anos, mas sem um título nos principais torneios eliminatórios desde a Copa do Brasil de 2015 e em busca da primeira Libertadores desde 1999.

Foi este um quesito, inclusive, que levou o Palmeiras a trazer Felipão no meio de 2018: ele era o técnico na conquista da América, 20 anos atrás. Não repetiu o feito e caiu nas quartas de final deste ano, para o Grêmio.

Na Libertadores, o Cruzeiro de Mano caiu nas quartas em 2018 (derrota para o mesmo Boca Juniors que venceu o Palmeiras), mas com o melhor ataque da competição (15 gols marcados).

A melhor participação do treinador no torneio continental é longínqua: o vice campeonato de 2007, com o Grêmio. Um contratempo que a diretoria alviverde pode enfrentar são as duas boas passagens do técnico gaúcho pelo maior rival, o Corinthians.

Ele chegou ao time alvinegro no final de 2007 após passagem regular (59% de aproveitamento) no Grêmio. Em 2008, foi bem sucedido na missão de trazer o time de volta à Série A do Nacional e ainda conseguiu chegar à final da Copa do Brasil (derrota para o Sport). O título da competição viria no ano seguinte.

Em 2010, após eliminação na Libertadores no ano do centenário corintiano, ele aceitou o convite da CBF para assumir a seleção brasileira, que vinha de queda para a Holanda na Copa do Mundo daquele ano.

No comando do time nacional, Mano fracassou na Copa América em que a seleção terminou derrotada nos pênaltis para o Paraguai. Sua demissão foi polêmica, aconteceu dois dias após a conquista do Superclássico das Américas, em novembro de 2012.

Teve uma curta passagem, em 2013, pelo Flamengo e, em dezembro, retornou ao Corinthians, onde ficou mais uma temporada, sem conquistar títulos, mas montando a base da equipe de Tite, campeã brasileira em 2016.

Reportagem: FOLHAPRESS

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