Um sargento da PM (Polícia Militar) matou sua ex-mulher por estrangulamento, depois foi até a casa do suposto novo namorado dela, atirou no rapaz e no pai dele, em seguida voltou à casa da ex-mulher e se matou enforcado, com a arma na cintura, na manhã de ontem, em Campinas. Ele deixou cartas explicando o motivo do crime. O homem baleado seguia internado em estado grave ontem.
Segundo a Polícia Civil, o sargento Ricardo Luiz de Sá, 34, não aceitava o fim de seu casamento com Fernanda Martins da Costa Sá, 33, e menos ainda o seu novo relacionamento. “Eles estavam separados de fato, mas não de direito. Inclusive, ele não estava mais morando na casa com ela. Ele estava em um apartamento em outro bairro”, explicou José Henrique Ventura, diretor do Deinter 2 (Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior 2), de Campinas.
Segundo ele, o crime aconteceu antes das 6h, na Rua Che Guevara, no Jardim Nova Esperança. O policial matou Fernanda estrangulada, foi até a casa do rapaz, de 28 anos, que seria namorado dela, na Vila União. Quando a vítima saía de casa, atirou nele e no pai dele. “O rapaz foi atingido no pescoço e no abdômen, o pai dele teve apenas ferimentos leves causados por estilhaços”, contou o delegado.
Na sequência, o PM retornou à casa de Fernanda e cometeu suicídio por enforcamento. “Ele amarrou uma corda num caibro em uma área nos fundos e se pendurou, com a arma na cintura”, explicou Ventura.
Ainda segundo o diretor do Deinter 2, de um lado da cama estava o corpo de Fernanda, coberto, e do outro alguns papéis onde estava escrito que ele faria isso. “A arma foi apreendida, e alguns projéteis também”, narrou o delegado.
Ventura pontuou que ainda não está determinado se o PM matou a ex-mulher antes ou depois de atirar contra o suposto namorado dela. “A dinâmica (dos fatos) não está estabelecida com precisão, ainda. Estamos trabalhando em cima disso, inclusive por câmeras, para estabelecer o horário exato”, disse.
O rapaz atingido pelo policial foi socorrido para o Hospital e Maternidade Celso Pierro, da PUC-Campinas. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade, ele passou por cirurgia pela manhã e estava na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e seu estado era muito grave até o início da noite. O nome das vítimas não foi revelado.
O crime foi registrado como feminicídio, suicídio e tentativa de homicídio.
