terça-feira, 23 abril 2024

Região é alvo de ação policial contra fraudes em combustíveis

As cidades de Paulínia, Indaiatuba e Valinhos foram alvos de uma operação da Receita Federal, Ministério Público Estadual e Polícia Rodoviária Federal, durante a segunda fase da operação Arinna, deflagrada na manhã desta segunda-feira (15). Ninguém foi preso. O Recap (Sindicato dos Postos de Combustíveis de Campinas) apoiou a iniciativa (Leia ao lado).
A intenção foi desbaratar organização criminosa voltada à adulteração de combustíveis e do aditivo Arla32, fornecido pelo menos a centenas de postos. Os envolvidos cometeram os crimes de fraudes tributárias, lavagem de dinheiro e concorrência desleal.
O esquema fraudulento resultou na sonegação de tributos federais estimada em R$ 270 milhões. A organização criminosa movimentou R$ 4,8 bilhões nos últimos três anos. O objetivo foi coletar provas para embasar os processos na Justiça e descapitalizar o grupo.
A quadrilha utilizava o nafta, um componente químico mais barato do que a gasolina, para fazer a adulteração. Também adulterava o Arla32, um tipo de reagente utilizado em veículos movidos a diesel para a redução de poluentes.
O promotor de Justiça Alexandre de Andrade Pereira afirmou na coletiva virtual que os integrantes da quadrilha também agiam na região de Campinas porque é próspera e com concentração de distribuidoras de combustíveis e pela proximidade da Replan, Refinaria de Paulínia. Durante a operação, foram apreendidos documentos, celulares, computadores e valores.
A auditora fiscal Mirela Batista, superintendente-adjunta da Receita em São Paulo, informou que este foi o desdobramento da primeira fase da operação, realizada em outubro do ano passado.
“Na primeira fase, já tínhamos chegado a um financiador do esquema, que foi preso. Agora, identificamos um segundo financiador, que estava acima do primeiro. Ele é objeto desta segunda fase, junto com empresas que vinham sendo usadas para ocultar patrimônio”, disse. Esse financiador é um dos grandes devedores da Fazenda Nacional e do Estado de São Paulo.
“Um dos objetos foi coibir esse tipo de prática fraudulenta e promover livre mercado no comércio de combustíveis. Tem empresários honestos, mas tem o crime organizado trabalhando contra isso, promovendo adulteração dos combustíveis”, disse Mirela.
O policial rodoviário federal Jason Terêncio informou que as fiscalizações ostensivas a veículos pesados identificaram adulterações recorrentes do diesel S10 e do Arla32, que é usado em veículos movidos a diesel para reduzir a emissão de poluentes.
Os 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos também em Ibaté, Ribeirão Bonito, Araraquara e Jundiaí, no Estado de São Paulo, e Cuiabá e Cocalinho, no Mato Grosso. O nome da operação é uma referência à deusa do sol da extinta civilização hitita.
Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também