Mais de duas décadas depois, Jorge Porto Iparraguirre, o Parraga, de 69 anos, está de volta ao Rio Branco. Observador técnico e auxiliar de Otacílio Pires de Camargo, o Cilinho, no clube, nos anos de 1992 e 1994, e técnico do Sub 20 no mesmo período, o treinador comandará o Tigre no Campeonato Paulista da Segunda Divisão, a Bezinha, deste ano. Ele foi apresentado, ao lado de sua comissão técnica, ontem (30) à tarde, na sala de diretoria do estádio Décio Vitta.
“Estou muito feliz. Voltar para essa casa me arrepia. Satisfação estar aqui depois de mais de 20 anos. Época de Cilinho, momento áureo do Rio Branco, e a gente tem essa recordação. Estou retornando com muito mais energia do que quando comecei. E estou perto de Campinas, onde resido, e isso ajuda”, destacou Parraga, em sua primeira entrevista como técnico do Tigre.
Ao lado de Parraga estarão o auxiliar técnico Cláudio Roberto, o preparador físico Roberto Nogueira e o analista de desempenho Flávio Cirillo, o Flavinho, conforme o TODODIA antecipou em matéria do dia 24. “Uma equipe bastante forte e de trabalho. As pessoas que estão vindo comigo são bastante competentes para colocar o Rio Branco onde, realmente, ele merece estar”, avaliou o treinador.
Vindo de uma era romântica do futebol, Jorge Parraga afirma que é possível aliar jogo bonito com competitividade. “É um processo de junção de experiências. Penso que coisas do futebol antigo ainda têm que existir. Trazer, sim, coisas do passado e modernizar. Isso que vamos buscar”, ressaltou.
O novo técnico riobranquense analisou também o regulamento da Bezinha deste ano, onde de nove equipes na chave, apenas quatro seguem e as demais serão rebaixadas. “Vai depender de competência. Não podemos ter receio de não classificar. Estamos bem dispostos a trabalhar. Será uma 1ª fase muito difícil”, afirmou.
“Não dá para tirar o pé. Sou contra poupar jogadores, temos que dar o máximo em cada partida. Sobre esquema tático, só nos treinamentos que vamos definir, é impor uma situação de jogo que nos favoreça”, completou.
Ano passado, o treinador vivenciou a Bezinha e suas particularidades comandando o Independente, clube pelo qual alcançou a 3ª fase. Antes de assumir o Galo de Limeira, Parraga exercia o cargo de observador técnico do Flamengo do Rio.
Desde o início do mês, o Rio Branco começou as tratativas pela busca de um novo treinador – comandante do time quinto colocado da Bezinha no ano passado, Marcos Campagnolo não foi procurado para a continuidade do trabalho. Nomes como Max Sandro, João Batista e Paulinho McLaren também estavam na pauta dos cartolas alvinegros. O vice-presidente de futebol do Tigre, Éder Duarte, afirma não ter se tratado de uma negociação fácil. “Foi um longo trabalho de nossa equipe até chegarmos ao nome dele. Tínhamos várias possibilidades”, explicou.
APRESENTAÇÃO
A pré-temporada do Rio Branco visando a Bezinha deste ano terá início no dia 17 de fevereiro. O preparador físico Roberto Nogueira, sobrinho de Cilinho, parceiro de Parraga, e ícone na história do futebol do Tigre, falou a respeito de como serão os primeiros dias de trabalho no estádio Décio Vitta.
“Nesse tipo de divisão tem que haver uma conciliação entre a parte técnica e a física. Não adianta nada um atleta chegar para eu trabalhar uma, duas semanas, sem que o Parraga o conheça tecnicamente. Corremos o risco de queimar cartucho e, depois, o atleta não ser aproveitado”, contou.
De acordo com Parraga, até o dia 17 a comissão técnica estará completa com a contratação de preparador de goleiros, fisioterapeuta, massagista e roupeiro. Essas indicações, no entanto, serão do clube, e não do treinador.
TÉCNICO BUSCA REFORÇOS
Parraga disse também que ainda não há nenhum jogador contratado oficialmente, mas que já iniciou a busca de reforços. “Existem centenas de nomes, mas nada acertado”, disse.
O único nome comentado foi o do meia Felipinho, atualmente no Velo Clube, e principal nome do Tigre em 2019, de quem o comandante alvinegro demonstrou satisfação em falar de um possível retorno. “Se vier o Felipinho, estamos bem, né?”, brincou.
Apesar de o processo de contratações estar no início e nenhum membro da diretoria confirmar, alguns atletas já aparecem como cotados para defender o Tigre nesta temporada. É o caso do goleiro Felipe e do atacante Higor Baratinha, que trabalhavam com Parraga no Independente ano passado, além de remanescentes da campanha riobranquense na Bezinha de 2019, como os laterais Patrik e Leandro e o zagueiro Crepaldi.
Além de Parraga, sua comissão técnica e Éder Duarte, participaram da apresentação o presidente Gilson Bonaldo, o diretor executivo Tiago Bernardi, o gerente de futebol Juninho Ferrari, o ex-jogador Sandro Hiroshi, investidor do clube, e o supervisor Benedito Fusco, o Xororó.
