Negro – Todo Dia https://tododia.com.br Notícias de Americana, Santa Bárbara d'Oeste, Sumaré e Região Wed, 07 Jun 2023 20:59:12 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 https://tododia.com.br/wp-content/uploads/2023/04/cropped-Icon-32x32.png Negro – Todo Dia https://tododia.com.br 32 32 217784986 Vídeo de negro carregado amarrado remete à escravidão, condena ouvidor https://tododia.com.br/brasil-mundo/video-de-negro-carregado-amarrado-remete-a-escravidao-condena-ouvidor/ Wed, 07 Jun 2023 20:59:09 +0000 https://tododia.com.br/?p=90514 Por Agência Brasil

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Foto: Reprodução

O ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo, Claudio Silva, classificou de “chocantes” as imagens que circulam em redes sociais e que mostram policiais militares carregando um homem negro com mãos e pés amarrados. O homem é suspeito de um furto na capital paulista, Para o órgão, essas imagens remetem ao período da escravidão no país.

“As imagens de um homem negro, sendo carregado com mãos e pés amarrados, são chocantes, remetendo aos vergonhosos tempos da escravidão e da ditadura no Brasil. Não há quaisquer indícios que corroborem com uso tão desproporcional de força e ausência de cuidados humanizados dos policiais para com os envolvidos”, condena o ouvidor, em nota encaminhada à imprensa.

Para o ouvidor, essa abordagem policial foi “absurda” e grave e retrata a desigualdade e as vulnerabilidades às quais determinadas pessoas são submetidas. “O fato é grave e exige atenção: há visível descumprimento do protocolo operacional da Polícia Militar pelos policiais, ensejando exposição dos envolvidos e graves violações de direitos”, escreveu ele. “O papel do Estado, nesses casos, deve ser o de aplicação da lei, com atenção às condições psicossociais desses sujeitos, e não sua revitimização e exposição”, ressaltou.

Silva informou ter oficiado a Corregedoria da Polícia Militar para que apure detalhadamente o caso, “com as adequadas responsabilizações que o caso venha a exigir”.

O caso
O vídeo da abordagem que circula em redes sociais mostra o homem com as mãos amarradas aos pés, impossibilitado de andar, sendo carregado por dois policiais militares. Os agentes carregam o rapaz segurando-o pela corda e pela camiseta. Ainda amarrado, ele é colocado no porta-malas de uma viatura.

O homem que foi carregado tem 32 anos e é suspeito de ter furtado um mercado na Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, na Vila Mariana, na capital paulista. Além dele, a polícia prendeu na ação um outro rapaz, de 38 anos, e apreendeu um menor de 15 anos que, segundo informações da Polícia Militar (PM), teria lesionado a mão de um dos agentes.

Ainda de acordo com a PM, o homem de 32 anos foi localizado e detido na Rua Morgado de Mateus. “Os PMs pediram que ele se sentasse, mas ele negou e ficou agressivo. Foram necessários quatro PMs para segurá-lo e, mesmo algemado, continuou se debatendo e foi imobilizado com uma corda”, informou o órgão, em nota. O caso foi registrado no 27º Distrito Policial como resistência, corrupção de menores, furto e ameaça.

Após a circulação dos vídeos que mostram o suspeito amarrado, impossibilitado de andar, a Polícia Militar de São Paulo informou ter afastado das atividades operacionais seis policiais que carregaram o homem.

Por meio de nota, a PM disse lamentar a forma como se deu a abordagem. “A Polícia Militar lamenta o episódio e reafirma que a conduta assistida não é compatível com o treinamento e valores da instituição. Por isso, foi instaurado um inquérito para apurar todas as circunstâncias relativas às ações dos policiais envolvidos no episódio”, informou o órgão.

Policiais são afastados e inquérito apura circunstâncias do episódio
A Polícia Militar de São Paulo afastou das atividades operacionais seis policiais que carregaram um homem com os pés e as mãos amarrados por uma corda. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o homem foi preso em flagrante por furto em um supermercado da Vila Mariana.

O vídeo da abordagem, que circula em redes sociais, mostra o homem com as mãos amarradas aos pés, de forma que não conseguisse andar, sendo carregado por dois policiais militares (PMs). Os agentes carregam o rapaz segurando-o pela corda e pela camiseta. Ainda amarrado, ele é colocado no porta-malas de uma viatura.

Segundo a SSP, foi instaurado inquérito para apurar as circunstâncias relativas às ações dos agentes envolvidos no episódio. A secretaria informou que o afastamento preventivo dos policiais se deu porque “as ações estão em desacordo com os procedimentos operacionais padrão da instituição”. As imagens registradas pelas câmeras operacionais portáteis usadas pelos policiais foram inseridas como prova nos autos do inquérito.

O padre Júlio Lancelotti, da Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, disse que esta não é uma ação isolada. “É uma ação permanente, contínua, recorrente da Polícia Militar. É assim que a Polícia Militar trata pobres e negros”, destacou o padre, que exerce trabalho pastoral com moradores de rua e menores abandonados.

Ele ressaltou que se trata de uma prática comum, que sempre existiu e é uma forma sistemática de ação, mas que, desta vez, foi filmada, registrada dentro de uma UPA (unidade de pronto atendimento. “É isso que temos visto: os pobres, os negros são tratados com crueldade, como se estivéssemos ainda no período da escravização.”

A Secretaria de Segurança Pública informou que o autor das imagens foi levado até a delegacia, onde questionou o procedimento adotado pelos PMs e foi registrado como parte no registro da ocorrência no 27º DP. “A autoridade policial solicitou as imagens gravadas pelo celular da parte e [as] anexará na investigação”, acrescentou.

Questionada sobre a passagem do homem pela unidade de pronto atendimento, a prefeitura de São Paulo informou ter solicitado das autoridades “a completa investigação dos fatos nos termos da legislação em vigor”. A prefeitura não informou se homem chegou a ser atendido na unidade, nem se algum funcionário chamou a Polícia Militar.

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O protagonismo negro e feminino na ciência brasileira https://tododia.com.br/cultura/o-protagonismo-negro-e-feminino-na-ciencia-brasileira/ Sun, 11 Apr 2021 04:40:47 +0000 http://localhost/projeto/portal/portal_todo_dia/www/2021/04/11/o-protagonismo-negro-e-feminino-na-ciencia-brasileira/ Famosas por contarem histórias de super-heróis, as HQs possuem também um longo histórico de abordagem de temas sociais e raciais em suas narrativas. Seguindo essa linha, o pesquisador e pedagogo Carlos Antônio Teixeira, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), acaba de lançar duas histórias em quadrinhos com foco […]

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Famosas por contarem histórias de super-heróis, as HQs possuem também um longo histórico de abordagem de temas sociais e raciais em suas narrativas. Seguindo essa linha, o pesquisador e pedagogo Carlos Antônio Teixeira, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), acaba de lançar duas histórias em quadrinhos com foco no protagonismo negro e feminino na área científica.

Fruto de sua pesquisa de pós-doutorado, os projetos foram desenvolvidos sob supervisão do professor Waldomiro Vergueiro, do Departamento de Informação e Cultura (CBD), também da ECA, e tiveram apoio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e do Consulado dos Estados Unidos.

“Se há um desconhecimento sobre quem são os cientistas brasileiros e quanto ao (des)conhecimento de afrodescendentes no campo científico brasileiro?” foi a questão que impulsionou Carlos Teixeira a desenvolver a pesquisa. Com o objetivo de promover o interesse de estudantes pela ciência e ressaltar a importância da contribuição de cientistas negros para o setor, as publicações estimulam a discussão de questões de raça e gênero no cenário científico nacional e norte-americano.

A HQ Meninas e Mulheres na Ciência propõe como personagem principal uma garota negra que sonha em ser cientista, abordando no decorrer de suas páginas aspectos sociais e culturais da sociedade brasileira. A missão da personagem é discutir com seus colegas a presença feminina na ciência nacional, citando nomes como o de Enedina Alves Marques, primeira mulher negra a se formar engenheira civil no País.

Já em Entrevistas Além do Tempo os protagonistas são os estudantes do Programa Imprensa Jovem, do Núcleo de Educomunicação da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Através dos quadrinhos, os jovens encontram figuras históricas como Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, as três matemáticas negras da Nasa que contribuíram para o sucesso das primeiras viagens espaciais.

Representando a ciência brasileira, a trajetória é ilustrada por meio de figuras do campo astrofísico, como a pesquisadora Marcelle Soares-Santos, do Fermi National Accelerator Laboratory, sediado nos Estados Unidos. No total, cinco cientistas − quatro mulheres e um homem − têm seus trabalhos e histórias de vida abordados.

O lançamento virtual de Entrevistas Além do Tempo ocorreu em fevereiro e contou com a presença de Marcelle. A gravação pode ser acessada no QR Code desta página.

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Pra ouvir e refletir https://tododia.com.br/cultura/pra-ouvir-e-refletir/ Sun, 03 Jan 2021 17:40:55 +0000 http://localhost/projeto/portal/portal_todo_dia/www/2021/01/03/pra-ouvir-e-refletir/ Consumir assuntos atrelados à cultura diaspórica africana, afrofuturismo, figuras negras apagadas ao longo da história e relações raciais brasileiras pode ser uma atividade enriquecedora aos ouvintes de podcasts do Brasil, que é líder no ranking mundial de produção do setor, de acordo com dados divulgados pela agência americana Voxnest neste ano. A cada episódio de […]

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Consumir assuntos atrelados à cultura diaspórica africana, afrofuturismo, figuras negras apagadas ao longo da história e relações raciais brasileiras pode ser uma atividade enriquecedora aos ouvintes de podcasts do Brasil, que é líder no ranking mundial de produção do setor, de acordo com dados divulgados pela agência americana Voxnest neste ano.

A cada episódio de “Ficções Selvagens” – programa semanal criado pelo escritor Alê Santos e lançado em novembro -, por exemplo, o ouvinte é levado a uma nova distopia de ficção científica que tem como base a própria realidade contemporânea brasileira. As histórias mesclam, assim, uma série de desigualdades sociais a um intenso desenvolvimento da tecnologia digital, num futuro nada agradável.

Produzido pela Orelo, a obra é uma típica distopia que nos lembra o ensinamento de que nada é tão ruim ao ponto de não poder piorar. O primeiro episódio se passa no ano de 2229 e tem como ponto de partida o polêmico “O Presidente Negro”, de Monteiro Lobato. Nele, os personagens se misturam ao romance do escritor e vivem sob um Estado eugenista, aristocrata e conhecido por um “programa de esterilização de pobres, selvagens e degenerados”.

Assim como Santos, a escritora Morena Mariah também se inspirou no movimento afrofuturista para produzir conteúdos na internet sobre cultura africana e afro-brasileira. Seu podcast “Afrofuturo”, lançado em maio, traz entrevistas e reflexões sobre teorias filosóficas, acontecimentos históricos e literatura.

Com o mesmo desejo de abordar o universo das temáticas negras além da mesmice -de narrativas sobre os horrores do racismo-, o “Vidas Negras”, podcast do Spotify que é produzido pela Rádio Novelo e criado e apresentado pelo jornalista Tiago Rogero, também é mais um dos que imergem em conversas sobre trajetórias e obras de arte de personalidades negras.

Nomes como o da pesquisadora Djamila Ribeiro, colunista deste jornal, da cantora Linn da Quebrada, da escritora Sueli Carneiro, da ativista Anielle Franco, da cantora Teresa Cristina e das atrizes Luana Xavier e Zezé Motta já participaram das conversas do programa semanal.

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Deputado entra com representação no Ministério Público contra Silvio Santos por racismo https://tododia.com.br/destaque/deputado-entra-com-representacao-no-ministerio-publico-contra-silvio-santos-por-racismo/ Sat, 14 Dec 2019 15:09:37 +0000 http://localhost/projeto/portal/portal_todo_dia/www/2019/12/14/deputado-entra-com-representacao-no-ministerio-publico-contra-silvio-santos-por-racismo/ O deputado estadual Jesus dos Santos, 35, (PSOL), integrante da bancada ativista – formada por nove militantes políticos de diversas áreas que dividem o mandato em São Paulo – fez uma representação contra Silvio Santos, 89, nesta sexta-feira (13). A causa foi o tratamento dado pelo apresentador a Jennyfer Oliver no quadro Quem Você Tira?, […]

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O deputado estadual Jesus dos Santos, 35, (PSOL), integrante da bancada ativista – formada por nove militantes políticos de diversas áreas que dividem o mandato em São Paulo – fez uma representação contra Silvio Santos, 89, nesta sexta-feira (13).

A causa foi o tratamento dado pelo apresentador a Jennyfer Oliver no quadro Quem Você Tira?, no Programa Silvio Santos (SBT), exibido dia 8 de dezembro. Em uma competição de calouros, o apresentador ignorou a votação popular do auditório, que escolheu Oliver como melhor intérprete da música “Caneta Azul”, e premiou outra concorrente, Juliani, por tê-la considerado “muito bonita”.

O que chamou a atenção dos espectadores é que a cantora preterida pelo apresentador era a única negra no grupo de quatro calouras. Isso levou o público a cogitar racismo por parte de Silvio, hipótese tomada como certa por Jesus. “Quando um apresentador, dono de um canal que é uma concessão pública, ratifica e continua perpetuando piadinhas racistas, isso passa a ser um problema no qual encontramos aparato constitucional para enquadrá-lo. O crime de racismo é bem nítido quando informa que atos racistas de qualquer forma e grau precisam ser contidos”, afirma o deputado.

A iniciativa aconteceu após uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), da qual também participaram os deputados Leci Brandão, 75, (PCdoB) e Luiz Fernando Teixeira, 57, (PT).

Cabe ao Ministério Público apurar os fatos e, se entender que houve racismo, processar Silvio. Para Jesus, é inadmissível que uma emissora e seu apresentador tenham esse tipo de comportamento. “Partimos do princípio de não tolerar mais que nossas crianças que assistem a esse programa, pessoas em processo de formação, tenham [acesso a] conteúdos que não estão coerentes com os passos que a sociedade deve dar”.

O deputado diz ainda que, embora venha tentando falar com Oliver, ainda não conseguiu contatar a cantora. “Ela está em um lugar desprivilegiado para tentar contrapor a narrativa de um cara que é mega milionário no nosso país. Ela é o elo fraco dessa corrente. Como papel do parlamento nos cabe zelar pela nossa Constituição”.

É importante destacar que a medida foi possível sem a necessidade da presença da participante que teria sofrido discriminação, porque a representação está fundamentada no crime de racismo, e não de injúria racial. Procurada pela reportagem, a assessoria do SBT não se manifestou sobre o caso até a conclusão deste texto.

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Mulher diz não andar com negro a taxista e é presa por injúria racial https://tododia.com.br/uncategorized/mulher-diz-nao-andar-com-negro-a-taxista-e-e-presa-por-injuria-racial/ Sat, 07 Dec 2019 13:00:20 +0000 http://localhost/projeto/portal/portal_todo_dia/www/2019/12/07/mulher-diz-nao-andar-com-negro-a-taxista-e-e-presa-por-injuria-racial/ Luiz Carlos Alves Fernandes, 51, é taxista há 16 anos. Na tarde de quinta-feira (5), ele estava no ponto, na avenida Álvares Cabral, em Belo Horizonte, quando viu uma mulher passar discutindo com um senhor de cerca de 70 anos, com dificuldade para caminhar, enquanto olhava para dentro dos carros parados. Fernandes perguntou, então, se […]

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Luiz Carlos Alves Fernandes, 51, é taxista há 16 anos. Na tarde de quinta-feira (5), ele estava no ponto, na avenida Álvares Cabral, em Belo Horizonte, quando viu uma mulher passar discutindo com um senhor de cerca de 70 anos, com dificuldade para caminhar, enquanto olhava para dentro dos carros parados.

Fernandes perguntou, então, se ela precisava de táxi. “Ela foi e respondeu para mim que estava precisando, mas disse ‘eu não ando com negro, não gosto de negro’. Eu falei para ela: minha senhora, você não pode falar uma coisa dessas, não. Isso é crime. Ela foi e falou para mim de novo: eu sou racista, e daí?”, conta ele.

No meio da discussão, Fernandes avisou que acionaria a polícia e ligou para o 190. A mulher deu uma cusparada em seu pé e perguntou se ele sabia com quem estava falando, alegando que o pai, o senhor com quem ela discutia antes, era delegado.

No local, a mulher, de 36 anos, segundo registro policial, não quis falar a falar com PMs negros. Quando abordada por uma policial, que pediu que ela se sentasse na calçada para aguardar o encaminhamento à delegacia, ela se negou e a chamou de sapata.

Segundo informações da Polícia Civil de Minas Gerais, a mulher foi autuada em flagrante pelos crimes de injúria racial, desacato, desobediência e resistência. O advogado de defesa dela disse à reportagem que sua cliente só irá se manifestar no curso do processo.

No boletim de ocorrência registrado pela PM, Fernandes disse que teve seu exercício profissional tolhido e desrespeitado. “Parece que cai uma pedra na cabeça da gente. Na verdade, sem palavras, eu não estava querendo acreditar. Só quem sente na pele mesmo para saber”, diz ele.

Em novembro, uma cuidadora denunciou o anúncio de uma vaga de emprego que pedia que candidatas não fossem negras ou gordas. Na mesma semana, um segurança foi alvo de ofensas por dois torcedores do Atlético- MG no Mineirão, em um jogo contra o Cruzeiro.

Pai de três filhos e com uma neta, Fernandes diz que nunca tinha sofrido preconceito dessa maneira antes. Ele conta que decidiu denunciar o caso para que não volte a ocorrer. “Não fiz isso só por mim, fiz pela sociedade. Nós, brasileiros, todos temos um pezinho na senzala. Não pode acontecer uma coisa dessas, jamais.”

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Talvez seria mais valorizado no meu país se fosse branco, diz Hamilton https://tododia.com.br/brasil-mundo/talvez-seria-mais-valorizado-no-meu-pais-se-fosse-branco-diz-hamilton/ Wed, 13 Nov 2019 22:23:19 +0000 http://localhost/projeto/portal/portal_todo_dia/www/2019/11/13/talvez-seria-mais-valorizado-no-meu-pais-se-fosse-branco-diz-hamilton/ Seis vezes campeão da F-1, Lewis Hamilton disse que “talvez” tivesse um reconhecimento maior em seu país se fosse branco. Único piloto negro da categoria, o britânico de 34 anos desembarcou em São Paulo já com o título de 2019 assegurado e discutiu brevemente a questão racial na Inglaterra. “Eu não corro por reconhecimento, não […]

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Seis vezes campeão da F-1, Lewis Hamilton disse que “talvez” tivesse um reconhecimento maior em seu país se fosse branco. Único piloto negro da categoria, o britânico de 34 anos desembarcou em São Paulo já com o título de 2019 assegurado e discutiu brevemente a questão racial na Inglaterra.

“Eu não corro por reconhecimento, não é isso o que me impulsiona, não procuro pensar nesse fato. Talvez as coisas fossem diferentes se eu fosse branco, mas, no fim das contas, prefiro me concentrar nas coisas positivas”, disse o inglês.

Em seu país, no entanto, Hamilton já teve o seu patriotismo questionado. Em julho deste ano, durante o GP da Inglaterra, ele foi perguntado sobre supostamente não ter um sotaque britânico e pela decisão de morar em Mônaco. Na ocasião, o piloto reafirmou o amor pela Inglaterra. “Eu vou a todas essas corridas e levanto a bandeira britânica com orgulho. Não há mais ninguém neste esporte que a tenha elevado tanto.”

Já durante o GP do México, no final de outubro, o chefe da equipe Mercedes, Toto Wolf, relembrou que o inglês sofreu ataques racistas durante sua infância. “Quando Lewis era mais novo, ele era a única criança negra no meio das crianças brancas, e eu sei que ele sofreu ataques raciais”, falou o dirigente.  Em seu 13º GP Brasil de F-1, o inglês diz que não vê problemas de reconhecimento no Brasil.

“Amo todas as vezes em que venho ao Brasil. Sinto que os brasileiros estão gostando cada vez mais de mim”, afirmou. “Vejo famílias de diferentes etnias, diferentes origens, vindo até mim e dizendo: ‘Meu filho quer ser um piloto’. Isso é ótimo, mas existe um problema. A cada ano, fica mais caro”, acrescentou. Crítico do alto custo ligado ao automobilismo, Hamilton vê o esporte mais caro atualmente do que era quando deu nele seus primeiros passos. De acordo com o piloto, é preciso rever algumas das diretrizes.

“Se eu voltasse no tempo e tivesse que começar tudo hoje, talvez não chegasse à F-1. O esporte está ficando mais caro e caminhando na direção errada. Vindo de uma família de classe média, não me imaginaria na F-1”, disse. “Quero me engajar com a FIA [Federação Internacional de Automobilismo] e com a F-1 para facilitar o acesso aos mais jovens. Deveríamos trabalhar com essa perspectiva. Todo mundo pode sair chutando uma bola, mas nem todo mundo pode comprar um kart. Exige um investimento, mas não deveria ser tanto”, opinou o campeão.

Hamilton também se mostrou crítico a uma possível mudança do GP de Interlagos, em São Paulo, para um autódromo a ser construído em Deodoro, no Rio de Janeiro -o contrato da F-1 com a capital paulista termina em 2020. O diretor-geral da F-1, Chase Carey tem negociado com promotores das duas cidades. Em junho deste ano, o presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que havia 99% de chances de a F-1 ir para a capital carioca.

Para o Hamilton, o dinheiro que seria gasto na construção de uma nova pista deveria ser investido em educação. Ele também disse estar preocupado com as questões ambientais envolvidas na futura obra. “É a primeira vez que ouço sobre a corrida no Rio. Eu acho, sinceramente, que tem muito dinheiro envolvido na construção desses circuitos. Já temos um autódromo histórico aqui, não precisa derrubar árvores, destruir mais território”, afirmou o hexacampeão.

Para ele, esse investimento deveria ser destinado à educação. “Acho que o dinheiro pode ir para algo melhor, o governo pode investir nas cidades. Se fosse meu dinheiro, colocaria em coisa melhor. Educação é muito importante. No meu time, temos vários engenheiros novos, mas poucos do Brasil. Deveríamos ter mais”, acrescentou. A construção de um autódromo em Deodoro, orçado em R$ 697 milhões, investimento que deve partir da iniciativa privada, pode resultar na derrubada de cerca de 180 mil das 200 mil árvores espalhadas pela floresta do Camboatá, na zona oeste do Rio de Janeiro.

A área total da floresta é de 201 hectares. Desses, 169 hectares comportam vegetação arbórea, segundo relatório realizado pela Diretoria de Pesquisas Científicas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro a pedido do Ministério Público Federal (MPF). Boa parte dessa área seria afetada pela construção do circuito.

“Não aprovo isso. Temos um país muito bonito aqui, uma floresta importante para o nosso futuro. Temos que focar mais no meio-ambiente. Amo o Rio, gostaria de passar mais tempo lá, mas não quero correr em um circuito que prejudicou o meio-ambiente, uma terra tão bonita para o nosso futuro”, criticou Hamilton.

O inglês ainda cobrou que as pessoas envolvidas tenham maior consciência sobre os problemas climáticos. “Precisamos pensar no futuro da nossa geração, que fica pior a cada ano. As mudanças climáticas estão piores a cada ano. Existem muitas áreas que precisamos atacar, esta é uma delas. Disseram-me que destroem um algo do tamanho de um campo de futebol na floresta a cada dia”, lamentou o piloto.

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Adolescente é despido, amordaçado e chicoteado por furtar chocolate https://tododia.com.br/brasil-mundo/adolescente-e-despido-amordacado-e-chicoteado-por-furtar-chocolate/ Tue, 03 Sep 2019 21:00:26 +0000 http://localhost/projeto/portal/portal_todo_dia/www/2019/09/03/adolescente-e-despido-amordacado-e-chicoteado-por-furtar-chocolate/ De um lado, sacos de cebola. De outro, caixas de melancias, verduras e legumes. E no centro do cubículo: um adolescente negro, amordaçado e nu. Em cárcere privado, a vítima é colocada nessa posição para uma sessão de tortura. A cena lembra uma mancha ainda viva na história do Brasil que se fez nação com […]

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De um lado, sacos de cebola. De outro, caixas de melancias, verduras e legumes. E no centro do cubículo: um adolescente negro, amordaçado e nu. Em cárcere privado, a vítima é colocada nessa posição para uma sessão de tortura. A cena lembra uma mancha ainda viva na história do Brasil que se fez nação com todo tipo de abuso praticado contra a população africana.

As chibatadas, assim como na época da escravidão, são direcionadas às costas do jovem. Não há tronco, mas um fascínio dos agressores em registrar cada grito de dor da vítima em vídeo gravado num aparelho celular. A tortura avança. Os fios de energia trançados atingem a vítima pela segunda vez, que se contorce de dor. Na terceira chibatada, um dos agressores ri e manda o adolescente se virar.

Num claro ato de zombaria, um dos agressores diz: “não quebrou nada”. Trabalho bem executado, quis dizer um dos agressores quando avisa o adolescente que nenhum osso dele foi afetado. A sessão não termina, como parecia crer a vítima. Um dos agressores ainda avisa. “Vai tomar mais uma [chibatada] para a gente não te matar. Você vai voltar?”

O espancamento gravado em vídeo dura 40 segundos e ocorreu numa manhã do mês de agosto dentro de uma unidade da rede Ricoy, na zona sul da capital paulista. As imagens foram parar nas redes sociais e forçaram a polícia a abrir um inquérito neste segunda-feira (2) -um mês depois do ocorrido. Foi nos fundos da unidade localizada na avenida Yervant Kissajikian, na Vila Joaniza, que o adolescente foi torturado por dois seguranças da loja.

No boletim que relata a ocorrência, o adolescente foi torturado porque furtou barras de chocolates do estabelecimento.
Assim que deixou a loja, a vítima diz ter sido abordada por um dos seguranças apelidado de Santos. Ambos já se conheciam, segundo a polícia. Ameaçado, o adolescente foi levado por Santos e mais um segundo segurança, conhecido como Neto, para um cômodo utilizado como depósito de mercadorias.

O adolescente diz que permaneceu por 40 minutos no local e que lá foi agredido o tempo todo. “Depois de apanhar bastante, foi liberado pelos agressores e não quis registrar boletim de ocorrência pois temia pela sua vida”, diz a polícia. O adolescente afirma ainda que ouviu Santos dizer que, se ele o denunciasse, iria matá-lo. “Quero Justiça contra isso, eles fizeram maldade. Quero por eles dentro das grades”, disse a vítima em entrevista à TV Globo.

Desde os 12 anos morando na rua, o adolescente diz ter sido apreendido uma vez após invadir uma residência. Pelo crime, cumpriu medida socioeducativa na Fundação Casa, órgão da gestão Doria (PSDB) que busca ressocializar jovens em conflito com a lei. Para o advogado Ariel de Castro Alves, que também integra o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, os agressores queriam exaltar “os atos bárbaros e cruéis com a gravação”. “Ela demonstra até um certo sadismo”, disse.

A tortura é um crime hediondo e ocorre quando alguém é submetido, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental. A lei 9455 de 1997 prevê penas de 2 a 8 anos aos acusados. O adolescente será submetido nesta terça-feira a exames de corpo de delito. O Conselho Tutelar de Cidade Ademar também acompanha o caso e vai solicitar assistência psicológica à vítima.

OUTRO LADO

A rede supermercadista Ricoy informou que os seguranças foram afastados de suas funções. Eles ainda não se apresentaram à polícia. A reportagem procurou, mas não localizou a defesa dos suspeitos. O grupo Ricoy disse ainda que repugna a atitude de seus colaboradores. “Foi com indignação que tomamos conhecimento dos fatos por meio da imprensa. A empresa não coaduna com nenhum tipo de ilegalidade e colaborará com as autoridades envolvidas na apuração do caso para tomar as providências cabíveis”, segundo comunicado enviado à reportagem.

A rede não informou quando a tortura ocorreu e que medida vai tomar para evitar novos casos. Com 50 lojas, a rede Ricoy foi criada na década de 1970 e se espalhou pelos extremos das zonas leste e sul de São Paulo. Em seu informe institucional, a rede diz que o seu sucesso está amparado num tripé: empreendedorismo, gestão e seriedade.

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‘A má vontade contra pobre, negro e gay impera’, diz D2 https://tododia.com.br/famosidades/a-ma-vontade-contra-pobre-negro-e-gay-impera-diz-d2/ Fri, 28 Jun 2019 21:18:38 +0000 http://localhost/projeto/portal/portal_todo_dia/www/2019/06/28/a-ma-vontade-contra-pobre-negro-e-gay-impera-diz-d2/ Marcelo D2 é um dos personagens mais ativos nas redes sociais atualmente quando se trata política. O comportamento reflete o que o vocalista do Planet Hemp fez com a banda desde 1993. Ao lado de B Negão, Formigão, Pedrinho e Nobru Pederneira, ele se apresentou com o grupo no festival Forró da Lua Cheia, em […]

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Marcelo D2 é um dos personagens mais ativos nas redes sociais atualmente quando se trata política. O comportamento reflete o que o vocalista do Planet Hemp fez com a banda desde 1993. Ao lado de B Negão, Formigão, Pedrinho e Nobru Pederneira, ele se apresentou com o grupo no festival Forró da Lua Cheia, em Altinópolis (SP), na última sexta-feira (21).

“Não falo só da maconha, eu tenho muito pra dizer”, canta D2 em versos de “Fazendo a Cabeça”. Os momentos politicamente polarizados têm servido para os caras da banda expressarem mensagens em seus shows. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ministro da Justiça, Sergio Moro, são os principais alvos no momento no palco. “Fascistas”, “milicianos” e “passa-pano”, graças aos diálogos vazados do ex-juiz e Deltan Dallagnol, são algumas das expressões destacadas no palco.

“Não podemos entender só como política, esquerda e direita. A má vontade contra pobre, negro, gays, qualquer tipo de minoria. Chega a ser uma coisa maldosa”, afirmou D2 em entrevista à reportagem. “Estamos em um momento político em que as pessoas têm que tomar atitude, as rédeas, não podemos deixar acontecer de novo o que aconteceu nas últimas eleições.”

Após 10 anos sem fazer grandes shows juntos, o Planet subiu ao palco do Circo Voador, umas das principais casas do Rio, para apresentar seu álbum de estreia, o “Usuário” (1995). O que era para ser só um show comemorativo acabou se tornando algo cada vez mais frequente e a reunião foi se mantendo ao logo dos anos, enquanto cada integrante toca seus projetos paralelos.

E justamente com o cenário atual do Brasil a banda acaba se inspirando, mesmo com alguns insultos nas redes sociais. “Estar sendo xingado por quem me xinga é um elogio. Essa galera que estava dentro do armário começou a sair e é exatamente sobre isso que a gente escreve”, afirmou D2.

“De um tempo para cá a gente voltou a ser uma banda que quer criar algo novo, tá ligado? A gente está num momento político, econômico e social no país que envolve a temática do Planet e está pedindo”, disse D2. “A gente está fazendo shows grandes, estamos tocando só músicas que já existem, a gente precisa faze coisa nova. Neste ano a gente vai lançar algo”, completou B Negão.

Recentemente eles encontraram letras perdidas feitas pelo ex-integrante Skunk, que morreu em 1994, e está nos planos ir a estúdio com elas. “Estamos tentando reacender o Planet Hemp”, indicou D2. Na última quarta (26), ele embarcou para a Europa, onde faz shows solo em países como Espanha, França, Inglaterra. Já o Planet se preparava para ir ao Velho Continente em outubro e novembro. Por ora, há eventos em Portugal, na Espanha, Holanda e Espanha.

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