quarta-feira, 24 abril 2024

Abril de 1500

Por Ailton Gonçalves Dias Filho, pastor presbiteriano
Por
Ailton Gonçalves Dias Filho
Foto: Arquivo Pessoal

Depois de 44 dias de viagem pelo oceano Atlântico, com uma expedição composta de 13 embarcações, liderada por Pedro Álvares Cabral, no entardecer de 22 de abril do ano de 1500, com cerca de 1200 homens, eles avistaram terra. A chegada dos portugueses ao continente foi parte do processo das grandes viagens no final do século XV.

A frota ancorou a 35 quilômetros da costa, em frente ao monte que, por ser época da Páscoa, foi denominado “Pascal”, no litoral da Bahia. Na manhã do dia 23 de abril, a frota avançou a uma distância de 3 quilômetros da praia, sendo designado o capitão Nicolau Coelho para fazer o reconhecimento da terra que receberia o nome inicial de “Vera Cruz”, dado pelo escrivão Pero Vaz de Caminha.

Rapidamente se fez celebrar uma missa, a primeira das Américas, no dia 26 de abril, pelo frei Henrique de Coimbra. No dia 1º de maio de 1500 a expedição parte para a Índia, destino final do roteiro inicial. “Vera Cruz” foi um acidente agradável. Assim nascia o Brasil, no final do século XV, com a chegada dos europeus portugueses.

Os portugueses chegaram com um cristianismo divorciado das Escrituras Sagradas. Apesar da primeira celebração cristã, na prática, não havia nenhum compromisso com o Cristo de Nazaré. Índios cristianizados à força, levados ao batismo sem nenhuma percepção de uma transformação à imagem de Jesus Cristo. Em nome de Deus as piores atrocidades eram praticadas contra os autênticos donos desta terra. Mas tarde, já com o país colonizado, as mesmas atrocidades foram praticadas com os africanos, arrancados à força de seu continente e trazidos, covardemente, em navios negreiros que até hoje, envergonham a alma nacional. Tudo com o aval de uma igreja completamente distante dos valores do reino de Deus.

Os portugueses que aqui chegaram não investiram em instituições educacionais. No Brasil, nossas primeiras universidades só surgiram no início do século XX. A Universidade de São Paulo, a USP, nossa mais bem ranqueada universidade é de 1932. Que país seriamos hoje se nos primeiros séculos de nosso desenvolvimento tivéssemos investido, desde o início, em instituições educacionais? Certamente que, até os povos originários, estariam em condições melhores hoje na terra de “Vera Cruz”. “Vera Cruz”, nome bonito. Mas, sem nenhum compromisso com os valores que emanam da Cruz.

É isso!

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