terça-feira, 23 abril 2024

Auxílio alivia pobreza de 13 milhões, diz estudo

O número de pessoas com renda per capita (por pessoa) abaixo de meio salário mínimo mensais no Brasil caiu 13,1 milhões até julho de 2020, durante a pandemia do novo coronavírus, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas.

Coordenado pelo professor Marcelo Neri, o estudo “Qual foi o Impacto Imediato da Pandemia do Covid sobre as Classes Econômicas Brasileiras?” aponta que esse contingente representa uma queda de 20,69% dessa faixa de renda, o que equivale a um ritmo muito superior ao observado no País nos períodos seguintes ao lançamento de planos de estabilização econômica como o Cruzado, em 1986, e o Real, em 1994.

“O estudo mostra que, usando a primeira faixa de renda, que é até meio salário mínimo por pessoa, que é uma faixa importante não só para medir a pobreza, mas é o critério do Cadastro Único, que foi usado na concessão do auxílio emergencial, houve uma queda de 20,69% na proporção da população que está nesse segmento. Então, essas pessoas subiram. A gente observa que 13,1 milhões de pessoas saíram da pobreza”, disse o professor Marcelo Neri.

O estudo, baseado em dados da Pnad Covid (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua Covid-19) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em uma comparação do ano de 2019 até julho de 2020, também mostrou que em plena pandemia as parcelas que tinham rendas per capita acima de dois salários mínimos ou renda familiar em torno de R$ 7,7 mil, perderam 5,8 milhões de pessoas.

“Esse número caiu, então, tem boas notícias em quem está embaixo e más notícias para quem está em cima. Essa boa notícia de quem está embaixo está ligada ao auxílio emergencial”, destacou o professor.

De acordo com a análise, à faixa até meio salário mínimo somaram 52,1 milhões de brasileiros em julho de 2020, cerca de 24,62% da população total.

Em 2019, eram 65,2 milhões de pobres, correspondentes a 31,04% da população, o que comprova a queda identificada na taxa de pobreza na pandemia.

Já a proporção das pessoas com rendas maiores ou iguais a dois salários mínimos por pessoa, recuou 18,35%, passando de 15,67% em 2019 para 12,80% em 2020.

Para Marcelo Neri, os dois movimentos impulsionam o contingente populacional intermediário compreendido entre os dois intervalos. “O estudo mostrou que 5,8 milhões caíram da faixa de dois salários mínimos per capita ou mais. Então, o grupo do meio cresceu duplamente o miolo da distribuição de renda, porque gente subiu e gente caiu. Isso dá cerca de 21 milhões de pessoas, que é mais ou menos a população da Argentina”, disse.

Segundo o governo federal, mais de 65 milhões de brasileiros estão recebendo parcelas mensais (entre R$ 600 e R$ 1.200) do auxílio emergencial. O programa, que terminaria em agosto, será estendido até dezembro, mas com valor ainda indefinido.

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