Por André Luís Pereira
Ando tão cansado de ver, ler, assistir, a maneira como boa parte da religião cristã, na contramão do que vi em Jesus e também entre alguns reformadores, está vendida às ideologias político-partidárias. Repudio os escândalos envolvendo a influência nefasta de pastores nas autarquias Federais, Estaduais e Municipais. Alguns, destituídos de indicação, eleição e qualquer outra forma de processo lícito para se exercer função pública.
Por outro lado, entendo como vergonhoso os ataques agressivos, geralmente expostos nas redes sociais públicas e familiares, de cristãos que, “em nome de Jesus”, defendem discursos que sustentam a violência, a intolerância, a banalização dos direitos humanos (que inclusive, abraçados a Constituição Brasileira, garantem a liberdade de culto, qualquer culto), a supremacia de gênero e etnia, além de discursos incoerentes que defendem a vida do feto e, ao mesmo tempo, festejam a morte de bandidos, negando a estes a mesma oportunidade daqueles. Incoerências, inconsistências, ignorâncias, hipocrisias e fome, muita fome pelo poder, com o objetivo de estabelecer uma teocracia repulsiva ao próprio Cristo.
Não! Cristo não foi, não é, e nunca será Senhor de qualquer nação. Cristo tem o seu próprio Reino e nos convida a fazer parte dele. Inclusive, este Reino para o qual ele nos convida, não está num mapa territorial, mas está no coração, na mente e na vida daqueles que a ele se submetem. Um reino que, conforme disse o Apóstolo Paulo: “… não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17).
Assim, em tempos tão difíceis, vivo a expectativa de que os cidadãos do Reino de Jesus, perseverem em manter a fé e divulgá-la com todo amor e graça, pois, as palavras do Apóstolo Paulo ainda ecoam em nossos dias, quando ele disse: “A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filho de Deus sejam revelados” (Romanos 8:19). É sobre essa manifestação dos filhos de Deus que meu coração se enche de esperança e faço perseverar o meu ministério pastoral.
Deus nos livre de uma nação teocrática, conduzida por homens religiosos sedentos de poder e influência, violando as consciências e direitos das pessoas, instalando regimes autoritários, impondo uma fé que não é cristocêntrica, antes, tira Cristo do centro.
Deus nos livre de pastores que, em nome de um poder escuso, deturpam a vocação e o ministério pastoral, violando os direitos do humanos em nome de si mesmos e de suas denominações adoecidas.