sábado, 20 abril 2024

Casos de coronavírus caem, mas RMC vê mortalidade subir

Balanço do Observatório PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica) sobre o coronavírus na RMC (Região Metropolitana de Campinas) mostra que, ao término da 29ª Semana Epidemiológica, apurada de 12 a 18 de julho, houve queda de novos casos da doença (-29% em relação à última semana). Apesar disso, as 164 mortes registradas representaram aumento de 6,4%. 

Campinas, epicentro da pandemia na região, apresentou 1,5 mil novos casos no intervalo de análise, com 92 óbitos. Ou seja, 56% das mortes ocorridas na RMC neste período aconteceram em território campineiro. 

Segundo o balanço, Campinas exibe o pior coeficiente de mortalidade por 100 mil habitantes na região, seguida por Nova Odessa, Engenheiro Coelho e Indaiatuba. 

“A média móvel em Campinas é de 300 novos infectados por dia, indicando que a situação parou de piorar. Mas não devemos falar em melhora com um número tão elevado de casos diários e alta demanda por leitos intensivos. As taxas de ocupação estão acima de 80% e a curva de óbitos ainda em ascensão. Caso a quantidade de novos casos siga nessa tendência, é possível uma redução também nas mortes”, afirma André Giglio Bueno, infectologista do Hospital PUC-Campinas e professor de Medicina da universidade. 

Até 18 de julho, data de fechamento da 29ª Semana Epidemiológica, a RMC contabilizava 26.082 casos e 930 mortes acumuladas. O número atual, atualizado em tempo real, está disponível no Painel Interativo do Observatório, no site observatorio.puc-campinas.edu.br/covid-19/, onde são informadas as estatísticas – inclusive as médias móveis – das cidades paulistas e da região. 

Com os números ainda expressivos, mesmo após a demonstração de queda dos casos em relação ao último relatório, o economista Paulo Oliveira, coordenador da nota técnica, sugere cautela das decisões em torno de uma nova reabertura do comércio, lembrando que os casos aumentaram exponencialmente depois dos decretos de flexibilização anteriores. 

“É claro que se deve pensar na recuperação do comércio, que despencou 7,2% entre maio e junho, mas uma reabertura deve vir acompanhada de protocolos mais eficientes para o funcionamento das atividades. A economia vai mal, e há excesso de otimismo com alguns números sobre a atividade econômica. A recuperação depende de renda para o consumo, por isso o impacto no emprego e na renda vai ser peça chave na recuperação”, analisou. 

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